Al-Qaeda assume autoria de atentados na Argélia
A apuração de vítimas fatais é provisória, segundo a Defesa Civil, pois alguns feridos levados aos hospitais estão em estado muito grave.
A rede terrorista Al-Qaeda - responsável pelo duplo atentado que matou pelo menos 23 pessoas, nesta quarta-feira, na Argélia - estaria recrutando dezenas de crianças com incapacidade mental para participar de atentados suicidas no Iraque, denunciaram nesta quarta-feira as Redes Integradas de Informação Regional (Irin, na sigla em inglês). Segundo o relatório do órgão, que funciona como agência de notícias da ONU e está vinculada ao Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária (Ocha), dois menores recrutados por células da rede terrorista teriam sido "usados" em 21 de março em um atentado suicida contra um mercado popular de Bagdá.
- As crianças foram colocadas na parte traseira de um carro enquanto dois adultos preparavam o ataque. Quando chegaram ao mercado, [os dois adultos] abandonaram o veículo e deixaram os menores dentro dele - disse o porta-voz do Ministério do Interior iraquiano, Khalid Sami. - Em seguida, os terroristas detonaram a carga explosiva, o que causou a morte das duas crianças e de outras cinco pessoas. Depois foi confirmado que os dois menores sofriam de incapacidade mental e que certamente não sabiam o que estavam fazendo - disse o funcionário.
Membros de uma ONG iraquiana, que preferiram permanecer no anonimato, afirmaram que haviam recebido vários relatórios nos quais se denuncia o uso de menores com incapacidade mental em atentados, especialmente na província de Diyala e nas cidades de Ramadi e Faluja. A rede terrorista recruta os menores com a autorização das famílias ou mediante o seqüestro.
- Algumas crianças são entregues pelas próprias famílias, mas outros são vítimas de seqüestros por parte da insurgência quando descobrem que têm problemas mentais. Alguns são seqüestrados inclusive na portas de casa ou da escola - disse o porta-voz da ONG.
A fonte acrescentou, ainda, que muitos menores que ficaram órfãos em conseqüência da invasão das forças multinacionais lideradas pelos Estados Unidos em 2003 "colaboram agora com a insurgência como espiões".
- Os menores estabelecem relações com a população iraquiana para obter informação, enquanto outros são usados como isca para distrair as forças de segurança enquanto os insurgentes preparam atentados - disse o responsável da ONG.
Segundo a fonte, pelo menos 12 crianças morreram neste tipo de operação por não ter tido tempo de se afastar antes da explosão.
Deixe sua opinião