A Al-Qaeda rompeu ligações com uma de suas ramificações na Síria e se distanciou das lutas internas entre os rebeldes que participam da guerra civil no país, de acordo com comunicado divulgado ontem.
O anúncio parece ser uma tentativa de a Al-Qaeda colocar a casa em ordem e aumentar sua influência entre grupos islâmicos rivais que passaram a brigar entre si na Síria.
Assinado pelo comando-geral da Al-Qaeda, o comunicado diz que a liderança cortou ligações com o grupo afiliado conhecido como Estado Islâmico do Iraque e da Síria (também chamado de Estado Islâmico do Iraque e do Levante), liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, depois de ele não ter obedecido as ordens do líder da rede terrorista, Ayman al-Zawahri.
Em maio, Al-Zawahri ordenou que o grupo operasse de forma independente do braço rival da Al-Qaeda na Síria, a Frente Nusra, liderada por Abu Mohammed al-Golani. Al-Baghdadi rejeitou as ordens e tentou, sem sucesso, fundir os dois grupos.
Distância
No comunicado de ontem, a Al-Qaeda disse que "não aprova a criação nem controla" o Estado Islâmico do Iraque e da Síria e, portanto, não tem "ligações organizacionais com o grupo".
"Nós nos distanciamos da insubordinação que acontece entre as facções mujahedin [na Síria] e do sangue proibido derramado por qualquer facção", diz o documento, a respeito dos conflitos internos entre os extremistas islâmicos.
Os jihadistas, ou guerreiros sagrados, diz o texto, deveriam entender a "enormidade da catástrofe" e as implicações "que esta insubordinação pode ter na guerra santa na Síria".