O corpo de uma das vítimas do ataque ao shopping Westgate é retirado nesta terça-feira (24). Grupo islâmico, autor do atentato, declarou que houve 137 mortes| Foto: EFE/Dai Kurokawa

Polícia queniana vasculha escombros

Especialistas em desarmamento de bombas e investigadores vasculharam nesta quarta-feira os escombros do shopping center atacado no fim de semana por militantes islâmicos em Nairóbi. O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, declarou luto nacional de três dias após os militares terem derrotado os militantes do grupo somali Al Shabaab que haviam se entrincheirado no shopping Westgate.

Kenyatta disse que cinco militares, seis agentes de segurança e pelo menos 61 civis morreram, mas que ainda há um número desconhecido de corpos sob os escombros. Três andares desabaram após as explosões, e um incêndio enfraqueceu a estrutura do shopping. Autoridades disseram que o incêndio ocorreu porque os militantes incendiaram colchões de uma loja.

Um alto funcionário do Centro Nacional de Operações de Desastre disse que legistas estão no local, e que também há agentes estrangeiros -- ele não identificou a nacionalidade.

O Al Shabaab assumiu a autoria do ataque, dizendo ter sido uma forma de pressionar o governo queniano a retirar suas tropas da Somália, algo que Kenyatta nega que irá fazer. Em pronunciamento televisivo na terça-feira, Kenyatta disse que "humilhamos e derrotamos nossos agressores".

Uma fonte israelense disse que Israel enviou consultores para ajudar nas buscas no shopping. Os EUA também têm agentes do FBI no local. Outros países, inclusive a Grã-Bretanha, ofereceram ajuda. Vários estrangeiros podem estar entre os mortos.

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A milícia radical islâmica Al Shabab afirmou nesta quarta-feira (25) que 137 reféns morreram durante o ataque do grupo ao shopping Westgate, em Nairóbi (Quênia). "Após fracassar ao vencer os mujahedins (guerrilheiros) dentro do centro comercial, o governo queniano espalhou gases químicos para finalizar o assédio", informaram os fundamentalistas por meio de sua conta no Twitter.

A milícia Al Shabab responsabiliza o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, e seu governo pelo ocorrido em Westgate e pelas 137 vidas perdidas na ação. Os radicais islâmicos argumentaram que no cerco ao shopping o governo do Quênia "enterrou todas as provas e os reféns sob os escombros". O governo queniano aponta, oficialmente, que pelo menos 72 pessoas morreram, embora ainda existe o temor de que o número possa ser maior.

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A milícia acusou as forças de segurança quenianas de lançarem projéteis com armas químicas dentro do centro comercial, o que teria provocada a morte de todos os reféns.

Nairóbi inicia primeiro dia de luto por vítimas de atentado em shopping

A cidade de Nairóbi iniciou nesta quarta-feira (25) o primeiro dos três dias de luto oficial pelas vítimas do atentado ao shopping center Westgate pela milícia radical islâmica da Somália, Al Shabab, onde pelo menos 72 pessoas morreram, embora ainda existe o temor de que o número possa ser maior.

Após a conclusão da operação do Exército, "a prioridade é a imediata recuperação dos corpos", para a qual o Quênia conta com a colaboração de especialistas em medicina legal de Israel, Estados Unidos e Reino Unido, informou o chefe do Serviço Público do Quênia, Francis Kimemia, através do Twitter. Após quatro dias de cerco ao centro comercial pelo Exército do Quênia, a ocupação terminou na tarde desta terça com a morte de, pelo menos, 61 civis, seis soldados quenianos e cinco milicianos.

O Westgate foi tomado durante a madrugada por investigadores da polícia queniana. "A prioridade será a retirada dos escombros para facilitar a recuperação imediata dos corpos", apontou. Nos arredores do Westgate, começou a retirada dos veículos estacionados por seus proprietários, que deverão se identificar antes. "Análise crítica e medidas nacionais estritas", são as premissas que vão orientar a ação do governo queniano após o fim do atentado, disse Kimemia.

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Em um pronunciamento televisivo para o país, o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, declarou o fim da pior ação terrorista que atingiu o país desde o atentado de 1998 contra a Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, no qual morreram mais de 200 pessoas. No entanto, o presidente queniano advertiu que três andares do centro comercial Westgate, situado ao norte do centro da capital, desabaram durante as operações das forças de segurança para render os terroristas, e que há corpos entre os escombros, entre eles alguns fundamentalistas.

Além das mortes, o ataque deixou 175 pessoas feridas, das quais 62 continuam hospitalizadas, enquanto mais de 60 pessoas estão desaparecidas. A Cruz Vermelha continua pedindo à população que doe sangue para os feridos em pontos emblemáticos da cidade, como o Uhuru Park, um dos maiores de Nairóbi.