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A Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) realiza amanhã em Havana sua 13ª cúpula para comemorar uma década de existência do bloco e homenagear um de seus fundadores, o líder cubano Fidel Castro, e o presidente venezuelano Hugo Chávez.

A reunião acontecerá no Palácio da Revolução de Havana com a presença de presidentes e altos funcionários dos nove países que integram a aliança: Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Dominica, Equador, Nicarágua, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Venezuela.

Os presidentes dos países bolivarianos, entre eles o venezuelano Nicolás Maduro, devem começar a chegar à ilha a partir da tarde de sábado.

Nos últimos dias, a imprensa cubana ressaltou o "especial significado" desta cúpula pois, além dos dez anos do bloco, faz 20 anos do primeiro encontro entre Fidel Castro e Hugo Chávez, em 1994.

A reunião se transformará assim em uma homenagem ao ex-presidente cubano - de 88 anos e retirado do poder desde 2006 - e ao líder venezuelano, que, dez anos após seu primeiro encontro, assinaram em Havana em 14 de dezembro de 2004 o tratado constitutivo de uma aliança à qual depois foram se somando o resto de países que integram o bloco.

Origem

A Alba nasceu como um mecanismo para a cooperação entre os países da América Latina e do Caribe baseado na solidariedade e na complementaridade das economias nacionais, como uma alternativa à fracassada Área de Livre-Comércio para as Américas (Alca) promovida então pelos EUA.

Nesta edição a aliança bolivariana repassará sua caminhada nos últimos dez anos e deve oficializar a entrada de dois novos sócios: as ilhas caribenhas de São Cristóvão e Névis e a de Granada.

No último dia 2, Maduro antecipou que proporá o desenvolvimento da zona econômica Alba-Petrocaribe-Mercosul, para "romper" com os individualismos dos países.

"Nós temos um plano que tem como pilar fundamental o desenvolvimento de nossa zona econômica produtiva para os próximos dez anos", disse Maduro.

Moeda virtual para trocas comerciais

Na reunião de Havana também pretendem dar impulso ao Sistema Único de Compensação Regional (Sucre), uma moeda virtual para as trocas comerciais na zona Alba que pretende deslocar o dólar e ser um primeiro passo em direção a uma moeda comum no bloco.

O Sucre foi ativado em janeiro de 2010 e por enquanto Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela utilizam este sistema, e o Uruguai solicitou sua adesão em março de 2013.

Além do Sucre, outra dos principais iniciativas da Alba é o Tratado de Comércio dos Povos (TCP) que propõe um comércio "justo, complementar e solidário".

É de se esperar que na reunião de amanhã haja repercussão às novas sanções aprovadas pelo Congresso americano contra a Venezuela, que contemplam o congelamento de ativos e a proibição de emitir vistos a funcionários do governo de Caracas ligados aos episódios de violência e repressão que o país caribenho viveu durante as manifestações estudantis de fevereiro.

Em comunicado divulgado esta semana, os países da Alba rejeitaram estas sanções assim como "qualquer agressão, seja do tipo legal, econômica ou política contra a República Bolivariana da Venezuela que constitui uma violação ao direito internacional, assim como contra qualquer dos países-membros" do bloco.

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