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Líderes de esquerda da América Latina e do Caribe agrupados na Alba voltaram a condenar neste sábado, no último dia de reuniões, o golpe de Estado em Honduras, enquanto acertavam os últimos detalhes para criar empresas unificadas do grupo.

Os líderes da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) concordaram em aplicar sanções econômicas e comerciais ao governo de facto de Honduras, em um renovado apoio ao presidente deposto Manuel Zelaya, depois que não deram em nada negociações mediadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para por fim à crise que se seguiu ao golpe de 28 de junho.

Por sua parte, a chanceler deposta de Honduras, Patricia Rodas, pediu no sábado aos colegas da OEA que aumentem as sanções ao regime de Roberto Micheletti.

"Resolvemos convocar de maneira imediata os chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) com o fim de aumentar as medidas comerciais e econômicas que condenem o regime de facto", disse Rodas ao ler um comunicado assinado por Zelaya.

A reunião da ALBA contou com a presença do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que chegou no sábado a Cochabamba. Mas o presidente do Equador, Rafael Correa, deixou a reunião na noite de sexta-feira, partindo para Quito por conta de compromissos pendentes.

O conselho político da ALBA aprovou uma declaração em repúdio ao bloqueio econômico dos Estados Unidos sobre Cuba. Os EUA mantêm um embargo comercial à ilha caribenha há 47 anos, mas o presidente norte-americano, Barack Obama, suavizou nos últimos meses restrições como as viagens e o envio de remessas de dinheiro para a ilha. As medidas foram consideradas insuficientes pelo líder cubano Fidel Castro.

A ALBA também aprovou emitir uma declaração em favor dos direitos da "mãe Terra" e contra a mudança climática.

O conselho econômico da ALBA, por sua vez, vai impulsionar a criação de empresas unificadas do bloco. As chamadas "grandes nacionais" seriam criadas nos setores de energia, comércio, comercial, de agricultura, mineração, metalurgia e hoteleiro, entre outros.

Sobre a empresa de energia, o ministro de Minas e Petróleo do Equador, Germánico Pinto, disse à Reuters que os países da Alba terão um prazo de três meses para que cada governo estabeleça qual seria a empresa estatal sócia desta grande empresa de energia.A Alba foi criada em 2004 em contrapartida à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), promovida pelos EUA.

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