Justiça determinou nesta terça-feira medidas de proteção para Fabiola Yáñez depois dela ter decidido prestar queixa contra Alberto Fernández por agressão| Foto: EFE/Bienvenido Velasco
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O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández foi denunciado pela ex-esposa Fabiola Yáñez por violência de gênero, segundo fontes da Justiça citadas pela imprensa local nesta terça-feira (6).

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De acordo com as publicações, Yáñez decidiu registrar uma queixa criminal contra o ex-presidente por violência física e assédio.

A denúncia foi feita depois que a Justiça argentina, como parte de uma investigação sobre o suposto tráfico de influência do ex-presidente, encontrou mensagens em junho segundo as quais Fernández havia agredido Yáñez fisicamente.

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Como parte da investigação conduzida pelo juiz federal Julián Ercolini, a Justiça encontrou fotos de Yáñez com sinais de violência no corpo no celular de María Cantero, secretária do ex-presidente, e conversas de texto e áudio em que a ex-primeira-dama argentina acusa Fernández por agressões supostamente ocorridas na residência presidencial em Olivos (província de Buenos Aires).

De acordo com uma reportagem publicada há alguns dias pelo jornal Clarín, as mensagens e fotos datam de diferentes épocas, inclusive quando Yáñez estava grávida de seu filho Francisco, que nasceu em 11 de abril de 2022.

O conteúdo do celular de Cantero, de 2019 a este ano, foi extraído como parte de uma investigação sobre suposta corrupção em torno da contratação de seguros por órgãos públicos durante o governo Fernández.

De acordo com o Clarín, o juiz Ercolini abriu em junho um arquivo reservado sobre o caso, que ele decidiu compartilhar com o Escritório de Violência de Gênero da Suprema Corte Argentina, que pediu para convocar a ex-primeira-dama, que mora em Madri com o filho.

De acordo com o jornal, Ercolini informou Yáñez sobre as provas que indicariam o possível cometimento do crime de lesões leves no contexto da violência de gênero, mas ela respondeu em julho que não tinha intenção de viajar à Argentina para apresentar a denúncia.

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No entanto, segundo fontes judiciais, Yáñez disse a Ercolini nesta terça-feira que apresentaria a denúncia, e o juiz imediatamente ordenou medidas de restrição e proteção em seu favor: Fernández foi proibido de deixar a Argentina e de se aproximar da ex-esposa.

Yáñez, de 43 anos, atriz e jornalista, conheceu Fernández, atualmente com 65, em 2013, quando ela fez uma entrevista com ele, e um ano depois os dois começaram a namorar.

O relacionamento foi discreto, exceto pelas notícias da gravidez de Yáñez, o nascimento de Francisco e o escândalo público e judicial desencadeado em 2020 pelo vazamento de fotos da festa de aniversário da então primeira-dama com amigos na residência presidencial quando a Argentina estava sob confinamento rigoroso decretado pelo próprio Fernández devido à pandemia de Covid-19.

“Tendo sido informado pela imprensa sobre a acusação de Fabiola Yáñez contra mim, quero expressar que a verdade dos fatos é diferente. Só vou dizer que é falso e que o que ela agora me acusa nunca aconteceu”, declarou Fernández em comunicado publicado no X.

“Pela integridade dos meus filhos, minha e também da própria Fabiola, não vou fazer declarações à imprensa, mas vou fornecer as provas e testemunhos à Justiça que mostrarão o que realmente aconteceu”, acrescentou o ex-presidente.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]