Um grupo de deputados bolivianos propôs a candidatura do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao Prêmio Nobel da Paz, por sua "atitude decidida e valente que permitiu salvar a vida" do ex-presidente boliviano Evo Morales. Em 2019, Morales renunciou ao cargo em meio ao caos que seguiu as eleições presidenciais do país e buscou refúgio na Argentina.
Fernández participou neste sábado (20) de uma videoconferência com Morales e parlamentares do partido boliviano Movimento ao Socialismo. "Faria mil vezes o mesmo, apenas fiz o que um homem de bem e democrático deve fazer", disse o mandatário argentino na conferência, segundo noticiou o La Nación. "Se em algum momento senti que cumpri uma tarefa, foi quando nos abraçamos na ponte e você voltou para sua terra, vi que cumprimos nosso objetivo".
Morales respondeu: "O que você fez pela Bolívia, pela democracia e pela minha vida é algo único no mundo. Depois que retornei, alguns dirigentes me perguntaram como poderíamos lhe agradecer, esse era o sentimento geral e assim surgiu a ideia de apresentá-lo como candidato ao Prêmio Nobel da Paz".
O ex-presidente boliviano ficou refugiado na Argentina por quase um ano. Morales voltou ao seu país em novembro de 2020, quando Luis Arce, do Movimento ao Socialismo, assumiu a presidência da nação andina.
O Comitê Nobel Norueguês aceitou a proposta dos parlamentares da Bolívia. As nomeações para o Prêmio Nobel da Paz são aceitas de qualquer político que sirva em nível federal, e eles têm apenas 2 mil palavras para expor a indicação. No final de março, o comitê do prêmio prepara uma lista com os finalistas. O vencedor é escolhido em outubro e a cerimônia de premiação está marcada para 10 de dezembro deste ano.