O exército do Níger anunciou nesta quarta-feira (26) a derrubada do presidente do país, Mohamed Bazoum, alegando "contínua degradação da situação de segurança e má gestão econômica e social" do país. O anuncio foi feito na televisão pelo major Amadou Abdramane, que leu um comunicado oficial acompanhado de outros nove oficiais fardados.
No comunicado, Abdramane declarou que as forças de defesa e segurança decidiram "pôr fim ao regime que vocês conhecem" devido às “preocupantes condições de segurança e má governança que afetavam o país”. Ele anunciou o fechamento das fronteiras e a instauração de um toque de recolher nacional, além da suspensão de todas as instituições da república.
A situação em Niamey, capital do Níger, era tensa desde a manhã: a Guarda Presidencial havia sido denunciada pelo governo por realizar "ações antirrepublicanas" e bloquear a residência oficial de Bazoum, onde o presidente foi detido.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente mais cedo a tentativa de golpe de Estado no Níger e fez um apelo pela proteção da ordem constitucional no país africano. Guterres enfatizou que qualquer tomada de poder pela força que atacasse o sistema democrático e afetasse a estabilidade política no Níger eram “inaceitáveis”.
Esta não é a primeira vez na história recente que o Níger enfrenta uma tentativa de golpe. Em março de 2021, as autoridades abortaram uma tentativa de golpe militar dois dias antes da posse do agora presidente derrubado, Mohamed Bazoum.
A vitória eleitoral de Bazoum havia sido marcada por violentos protestos liderados pelos partidários de seu principal adversário, Mahamane Ousmane, que rejeitou os resultados e se autoproclamou vencedor.
Mais cedo, informações de uma emissora pública do Níger davam conta de que Bazoum e sua família estavam em segurança. Entretanto, não foram divulgadas novas informações após o anúncio dos militares de tomada do poder.
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