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A repercussão mundial das imagens chocantes de trágicas mortes de refugiados e imigrantes forçou a União Europeia a adotar medidas emergenciais para gerenciar a crise e acomodar estas pessoas. No momento, discute-se um sistema de repartição de cotas entre os membros do bloco. No entanto, ainda que a União Europeia consiga chegar a um consenso sobre a melhor forma de receber os refugiados, tais medidas serão meras soluções paliativas, capazes apenas de abrandar temporariamente o problema, se não houver uma preocupação em enfrentar as causas da crise.

A situação evidencia o esgotamento de um modelo de mundo que se divide em países-ilhas, desconectados entre si no que tange às questões humanitárias e, paradoxalmente, absolutamente interligados por razões econômicas. A União Europeia precisa, agora, se engajar em uma efetiva cooperação internacional voltada à promoção de melhores condições de vida nos países de origem dos refugiados e imigrantes – o que inclui maiores esforços para a pacificação dos conflitos, a adoção de mecanismos de ajuda humanitária, iniciativas de cooperação em áreas de saúde, segurança e educação e, também, uma revisão dos arranjos econômicos globais que contribuem para a perpetuação da desigualdade entre os países.

Trata-se de mais um desafio a ser enfrentado pela União Europeia: ou abraça definitivamente uma visão cosmopolita engajada na solução de problemas globais, ou recua consideravelmente na integração de seu próprio continente, frustrando as esperanças no nobre ideário do projeto europeu.

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