De aliado a inimigo norte-americano, o ex-ditador Saddam Hussein representou, nas últimas décadas, um elemento definidor do Oriente Médio. Apoiado pelos EUA nos anos 1980 frente à revolução fundamentalista do Irã, ele se fortaleceu por meio da militarização que usou, em 1990/91, para a invasão do Kuwait. Derrotado pelos EUA, manteve-se no governo sob uma política internacional de contenção e pressões político-diplomáticas que o enfraqueceram.

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À luz do 11/9 e do combate ao terrorismo, o Iraque voltou à agenda dos EUA e tornou-se objeto de sua primeira – e talvez única – guerra preventiva, sob as alegações, nunca comprovadas, de patrocínio do terror e disseminação de armas de destruição em massa. A ação militar foi apresentada como solução para um Oriente Médio democrático e estável. Porém, da queda em 2003 à execução, a ausência de Saddam do poder pouco representou para a estabilidade. Ainda que encerre uma era, dificilmente sua execução trará um novo caminho. A violência e fragmentação do país relacionam-se menos ao ex-ditador do que à dinâmica equivocada da guerra. Afinal, já antes de sua morte, o Iraque encontrava-se além de Saddam.

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