A Alemanha ampliará as restrições em escala nacional para as pessoas não vacinadas contra a Covid-19 e considera tornar obrigatória a vacinação contra o coronavírus, anunciou nesta quinta-feira a chanceler em exercício Angela Merkel, após se reunir com o seu futuro sucessor, Olaf Scholz, e líderes regionais.
De acordo com as novas medidas, que são descritas na imprensa alemão como "lockdown dos não vacinados", a entrada em lojas, restaurantes, museus e cinemas será permitida apenas às pessoas vacinadas ou as que se recuperaram da Covid-19 nos seis meses anteriores. Lojas que vendem artigos de primeira necessidade são exceção.
Merkel disse que as medidas são necessárias devido à preocupação de que os hospitais do país estejam perto de ficar sobrecarregados de pacientes com Covid-19. A chanceler disse que a situação é "muito grave" e exige um "ato de solidariedade nacional".
O conselho de ética do país deve emitir, até o final do ano, uma orientação formal sobre a legislação para tornar a vacina obrigatória. Em seguida, o parlamento alemão, Bundestag, votará na proposta de lei. Se for aprovada, a legislação pode entrar em vigor já em fevereiro de 2022.
Autoridades de saúde da Alemanha informaram que mais de 73 mil novos casos foram registrados nas últimas 24 horas. Embora o atual número de infecções seja significativamente mais alto do que o pico anterior da doença no país, o número de mortes está bem abaixo do registrado no inverno passado.
Nas regiões onde a incidência ultrapasse 350 novos casos por 100 mil habitantes, clubes e outros estabelecimentos de lazer noturno serão fechados. Da mesma forma, a partir desse nível, reuniões privadas serão limitadas a 50 pessoas em ambientes fechados e 200 pessoas em áreas externas, desde que todos os presentes estejam vacinados ou recuperados.
Domicílios onde residem pessoas não vacinadas poderão convidar no máximo dois visitantes de outros domicílios, sem contar crianças com menos de 14 anos. As autoridades também concordaram em retomar a exigência de máscaras nas escolas.
Olaf Scholz, que deve se tornar o chanceler alemão em meados de dezembro, disse que a vacinação "é a forma como vamos sair dessa crise" e que "se nós tivéssemos uma taxa maior de vacinação, não estaríamos discutindo isso agora".
Cerca de 31% dos 83 milhões de habitantes da Alemanha ainda não está completamente vacinado.
A quarta onda de contágios de coronavírus na Alemanha tem atingido os não vacinados em maior proporção. No estado alemão da Baviera, por exemplo, os números oficiais divulgados nesta quinta-feira mostram que a incidência entre os vacinados é de 103,1 novos casos por 100 mil pessoas nos últimos sete dias, enquanto a de não vacinados é de 1.616,4.
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