A Alemanha ofereceu um apoio financeiro à Ucrânia de 500 milhões de euros (US$ 662 milhões) em garantias de empréstimos para a reconstrução de infraestrutura e 25 milhões de euros (US$ 33 milhões) para construção de moradias para pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas, disse a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, neste sábado, durante sua primeira visita ao território ucraniano desde que o início da crise no país, em fevereiro passado.
O objetivo da viagem de Merkel ao país é demonstrar solidariedade ao presidente ucraniano Petro Poroshenko. A chanceler reforçou seu apelo para que Ucrânia e Rússia iniciem negociações, três dias antes de uma reunião já marcada entre Poroshenko, o presidente russo Vladimir Putin e autoridades da União Europeia em Minsk, na Bielorrússia.
Em meio a novas tensões sobre um comboio russo de caminhões e acusações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que as forças russas estavam agindo dentro do território ucraniano, Merkel emergiu como a principal intermediária do Ocidente na crise entre Rússia e Ucrânia.
Ela afirmou que não estava pressionando por novas sanções contra a Rússia, apesar do clamor internacional contra o envio de um comboio de caminhões que, segundo governo russo, levavam ajuda humanitária para o leste da Ucrânia, controlado pelos rebeldes. A chanceler disse também, em uma coletiva de imprensa após a reunião com Poroshenko, que, em vez das sanções, aprovava uma nova rodada de diplomacia no sentido de resolver a crise. "Para nós, não é uma questão de novas sanções no momento", ressaltou.
Merkel não fez menção à acusação por parte da Otan na sexta-feira de que as forças russas estavam atuando de forma cada vez mais ativa dentro Ucrânia, na medida em que o conflito entre as forças ucranianas e rebeldes pró-Rússia se arrasta. Mas afirmou que a Alemanha apoiará a integridade territorial da Ucrânia e que um cessar-fogo deveria apenas acontecer se for do acordo de ambos os lados.
Segundo ela, uma condição fundamental prévia para um cessar-fogo seria o fechamento da fronteira com a Rússia para que armas e combatentes rebeldes parassem de entrar no leste da Ucrânia. "Isso não vai funcionar com a fronteira aberta, através da qual as armas são transportadas da Rússia", ressaltou a chanceler alemã.
Merkel disse que também estava pressionando por um encontro do "grupo de contato", formado por autoridades ucranianas, russas e internacionais, com representantes de diferentes regiões da Ucrânia.
Poroshenko se referiu à Alemanha como um "parceiro confiável e amigo", refutando críticas no seu próprio país de que Merkel não estava se posicionando suficientemente contra Putin. O presidente ucraniano prometeu fazer um esforço de boa-fé para acabar com a luta. "Chegou a hora de acabar com a conversa da guerra e começar a falar de paz", disse Poroshenko.