A Alemanha vai retirar duas baterias de mísseis Patriot e 250 homens do sul da Turquia por volta do início do ano que vem, depois de reavaliar as ameaças representadas pelo conflito na vizinha Síria.
A ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, anunciou no fim de semana que Berlim deixaria expirar em janeiro sua missão de três anos, em vez de buscar a aprovação parlamentar para prolongar a ação.
Alemanha, Estados Unidos e Holanda enviaram Patriots no início de 2013, depois que a Turquia pediu a seus parceiros da Otan ajuda para proteger seu território em meio aos conflitos intensos na Síria. Os holandeses terminaram a missão neste ano e foram substituídos pela Espanha.
“A ameaça nessa região mudou de foco”, afirmou Von der Leyen em comunicado no site do ministério. “Ela agora vem da organização terrorista Estado Islâmico. Assim, vamos continuar engajados na região no esforço para estabilizá-la.”
A decisão se dá depois que autoridades alemãs criticaram a repressão militar do presidente turco, Tayyp Erdogan, contra os militantes curdos e a declaração dele no mês passado de que o processo de paz iniciado com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão em 2012 havia na prática chegado ao fim.
“O governo Erdogan investiu bastante na reconciliação com os turcos”, afirmou o ministro de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em entrevista a um jornal. “Ele não pode permitir que a pontes construídas durante o processo sejam agora derrubadas.”
Ao mesmo tempo, o ministro alertou para que não se julgue a Turquia de forma apressada, notando que o país recebia mais refugiados da Síria e do Iraque do que qualquer outro país e que lidava com uma grande ameaça à sua fronteira, resultado da guerra síria.
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