Rebeldes rasgam retrato do ditador da Síria, Bashar al-Assad, em Aleppo, tomada na semana passada| Foto: KARAM AL-MASRI/EFE/EPA
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O Departamento Federal de Migração e Refugiados da Alemanha (BAMF), por enquanto, não processará mais nenhum pedido de asilo apresentado por cidadãos sírios após a queda do ditador Bashar al-Assad e enquanto aguarda novos desenvolvimentos, informou o governo alemão nesta segunda-feira (9).

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“Em vista dessa situação pouco clara, é correto que o Departamento Federal de Migração e Refugiados tenha imposto hoje um congelamento das decisões sobre os procedimentos de asilo ainda em andamento até que a situação seja esclarecida. O BAMF então adaptará sua prática de tomada de decisões à nova situação”, disse a ministra do Interior, Nancy Faeser, em comunicado.

Em entrevista coletiva, a porta-voz adjunta do Ministério do Interior, Sonja Kock, indicou que “existe a possibilidade de rebaixar a prioridade das decisões de asilo”, uma opção à qual o BAMF pode recorrer em situações pouco claras, como a atual na Síria.

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Em outras palavras, as decisões de asilo não são resolvidas, mas colocadas de volta no fundo da pilha e outras decisões de asilo são priorizadas, disse ela.

De acordo com o BAMF, essa medida afeta atualmente 47.270 solicitações de asilo de cidadãos sírios, das quais cerca de 46.000 são solicitações feitas pela primeira vez, enquanto as que já foram decididas pela nova situação na Síria não têm impacto.

Durante a gestão da ex-chanceler Angela Merkel, a Alemanha, país com a maior comunidade síria na União Europeia, acolheu quase um milhão de sírios.

A Áustria também anunciou a interrupção das análises de solicitações de asilo dos refugiados sírios, acrescentando que planeja ainda aplicar um "um programa de deportação".

"A partir de agora serão congelados todos os procedimentos [de asilo] em curso", afirmou o Ministério do Interior em um comunicado.

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O ministro do Interior, Gerhard Karner, também informou sobre a preparação de um programa de repatriação e deportação para a Síria.

Insurgentes pedem a sírios que voltem para “construir o futuro”

Nesta segunda-feira, os grupos rebeldes islâmicos que derrubaram Assad pediram aos milhões de sírios que foram forçados a deixar o país para regressarem a fim de "contribuir para a construção do futuro".

Em uma breve mensagem na sua conta do Telegram, o Comando de Operações Militares da aliança convidou “todos os sírios, cujas circunstâncias os obrigaram a abandonar sua terra natal, a regressar e contribuir para a construção do futuro” do país.

“Criaremos as condições adequadas para garantir um ambiente seguro e estável para recebê-los”, prometeu a mensagem do comando militar da Organização para Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe) que derrubou Assad e em seus primeiros comunicados prometeu tolerância com diferentes seitas e confissões do país.