A Alemanha está adotando regras mais rigorosas para tornar mais difícil para companhias não europeias comprar fatias de empresas alemãs sem a aprovação do Estado, sinalizando uma preocupação crescente em Berlim sobre o avanço da China para adquirir tecnologia e know-how.
Os planos agressivos da China para comprar ativos ao redor do mundo forçou uma série de países a adotar medidas para escrutinar os investimentos, muitas vezes optando pelo bloqueio. A União Europeia recentemente concordou em estabelecer um quadro comum nessa frente. Nos Estados Unidos, o Congresso avançou no fortalecimento dos procedimentos de sabatina para transações envolvendo tecnologia nativa.
Apesar disso, autoridades de segurança nacional americanas alertaram sobre como Pequim continua explorando tecnologia dos EUA para desenvolver a sua economia, elevando tensões entre os dois países em torno do comércio.
O gabinete de governo em Berlim deve aprovar na quarta-feira regras declarando que qualquer empresa estrangeira não europeia planejando comprar mais de 10% de uma companhia alemã envolvida em áreas como defesa, tecnologia ou mídia será sabatinada por autoridades do país, de acordo com pessoas familiarizadas com o plano. Desde 2017, o gatilho para esse escrutínio vinha sendo menos restrito, acionado pela aquisição de uma parcela de 25% ou mais.
A China não foi mencionada diretamente pela Alemanha como o alvo dessas regulações, mas, recentemente, Berlim bloqueou dois negócios de firmas da potência asiática. Em julho, o banco alemão KFW adquiriu uma fatia de 20% da holing do operador de sistemas de transmissão 50Hertz Transmission GmbH para afastar esforços da State Grid Corporation da China. No caso, “fundos de segurança nacional” foram citados.