O Ministério alemão das Finanças, está esboçando um novo pacote financeiro para a Grécia, que incluiria a participação voluntária dos credores privados, afirmou o jornal Welt am Sonntag neste sábado (4).
Segundo o periódico, em um trecho previamente obtido antes da publicação no domingo, o plano prevê que os investidores que detêm títulos gregos com vencimento de 2012 a 2014 os troquem voluntariamente por novos instrumentos da dívida soberana com um prazo estendido de sete anos.
O Ministério das Finanças não se pronunciou sobre o relatório.
O Welt am Sonntag citou um documento oficial do Ministério dizendo que, em princípio, é possível estruturar uma conversão da dívida de forma a evitar a inadimplência.
De acordo com os termos do plano, os credores poderiam ser motivados a participar de uma troca voluntária, com a ajuda de uma chamada "cláusula de ação coletiva" que seriam introduzidas em contratos de títulos existentes, no caso de não haver investidores o suficiente para participar.
Ao mesmo tempo, o plano do Ministério diz que os investidores que trocarem seus títulos antigos por novos receberiam tratamento preferencial no futuro, se outra renegociação fosse necessária.
Há preocupações no mercado financeiro que a Grécia será forçado a uma reestruturação de sua dívida, de cerca de 330 bilhões de euros (476,1 bilhões dólares), o equivalente a cerca de 150 por cento do PIB no final do ano passado.
Uma reestruturação que resultasse em perdas aos credores privados foi descartada, por enquanto, mas a Alemanha e seus aliados, como a Finlândia e os Países Baixos, estão insistindo em algum tipo de participação simbólica do setor privado.
Fontes disseram à Reuters nas últimas duas semanas que os investidores que detêm títulos gregos com vencimento em 2012 e 2013 poderiam ser incentivados a rolar essa dívida sob proteção de um regime semelhante ao da "Iniciativa de Viena", utilizada no início de 2009 para proteger os sistemas bancários na região central e oriental da Europa.
Até agora não está claro o que os governos irão oferecer de incentivos para convencer os investidores a comprar novos títulos gregos, mas em casos semelhantes no passado, foram prometidos cupons mais elevados, status de credor preferencial ou colateral como estímulo.
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