O governo alemão pediu aos Estados Unidos que esclareça “com urgência” as últimas revelações do Wikileaks que acusam a Agência Nacional de Segurança (NSA) de ter espionado ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e outros funcionários desse departamento.
O porta-voz do Ministério, Martin Schäfer, informou em entrevista coletiva que o secretário de Estado das Relações Exteriores, Stephan Steinlein, entrou em contato ontem com o embaixador dos EUA na Alemanha, John B. Emerson, para pedir as “necessárias explicações” sobre essas informações “o mais em breve possível”.
Emerson não estava ontem em Berlim e o assunto foi abordado em um telefonema, já que a Alemanha considerava que o tema tinha relevância suficiente como ser discutido diretamente com o embaixador e não com seu representante na delegação diplomática.
Schäfer advertiu que não foi comprovada a veracidade das últimas e “anônimas” revelações do Wikileaks e evitou fazer comentários, mas afirmou que se o que foi publicado for verdade seria uma atuação “completamente inaceitável” entre países aliados.
Mas deixou claro que a vontade da Alemanha é continuar mantendo a “boa e estreita” parceria que existe com os EUA.
As relações bilaterais entre os Ministérios de Relações Exteriores dos dois países são “de tanta confiança e tão estreitas que é difícil de crer que a espionagem possa encontrar algo de útil, que não tenha sido dito publicamente”, afirmou Schäfer.
Segundo as informações reveladas na segunda-feira pelo Wikileaks, a NSA espionou Steinmeier durante anos e teve em sua mira até 20 alvos de seu departamento.
A NSA, segundo o Wikileaks, espionou o Ministério de Relações Exteriores antes de ele transferir sua sede de Bonn para Berlim - em 1999 - e também teve entre seus alvos ao ministro Joschka Fischer, que ocupou o cargo entre 1998 e 2005.
Em 8 de julho a mesma plataforma tinha denunciado que a agência americana tinha tinha espionado durante décadas os governos alemães de Angela Merkel, Gerard Schröder e Helmut Kohl.
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