A polícia alemã interceptou nesta terça-feira um pacote-bomba remetido da Grécia para o gabinete da chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel em Berlim, após uma série de explosões de pacotes-bomba em Atenas, supostamente de autoria de guerrilheiros gregos de esquerda.

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Destinado pessoalmente a Merkel, o pacote foi achado na sala de correspondência do gabinete, enquanto ela estava em visita à Bélgica, segundo o governo.

O ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse que o pacote com explosivos foi enviado da Grécia há dois dias e parece ter relação com os outros pacotes-bomba.

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"Por tudo o que sabemos ele foi construído do mesmo jeito e tinha o mesmo aspecto... do que explodiu na embaixada suíça em Atenas, e presumivelmente dos outros pacotes também", disse ele em entrevista coletiva.

Especialistas desativaram os explosivos, e não houve feridos. A imprensa alemã disse que ele continha pólvora e tinha o "Ministério da Economia da Grécia" como endereço para devolução.

"Ainda não temos os resultados finais sobre quão perigoso o explosivo era e do que era feito", disse De Maiziere. "Entretanto, muita coisa sugere que, se for igual aos pacotes-bombas de Atenas, ele poderia ter causado um dano não desprezível."

O incidente ocorreu no mesmo dia em que dois pacotes explodiram nas embaixadas da Suíça e da Rússia em Atenas, e pacotes suspeitos foram encontrados em outras sedes diplomáticas na capital grega. A polícia grega atribuiu os ataques a guerrilheiros esquerdistas.

Analistas dizem que o incidente pode ter relação com as medidas de austeridade fiscal adotadas pela Grécia em troca de um resgate financeiro oferecido neste ano por seus sócios da União Europeia, principalmente a Alemanha.

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Na segunda-feira, uma bomba explodiu em uma empresa de entregas rápidas em Atenas, ferindo um empregado, e a polícia deteve dois homens com duas bombas, uma delas tendo o presidente francês, Nicolas Sarkozy, como destinatário.

O jornal alemão Der Tagesspiegel disse que o pacote foi entregue pela empresa UPS, dona de um avião no qual, na semana passada, foi achado um pacote-bomba enviado do Iêmen para os EUA, num complô atribuído a militantes islâmicos.

De Maiziere disse que em princípio nada indica que haja relação entre os dois casos.