Alemanha investiga participação do Irã em ataques antissemitas dentro do país

O antissemitismo na Alemanha segue em um nível elevado, segundo o relatório anual da Associação Federal de Centros de Investigação e Informação sobre Antissemitismo (RIAS, sigla em alemão), que em 2022 registrou 2.480 casos desta natureza, uma média de quase sete por dia.

Embora esse número represente uma leve redução na comparação com 2021, ao longo do ano passado foram registrados nove casos de violência extrema, ou seja, potencialmente mortal ou grave, segundo o comunicado divulgado nesta terça-feira (27), junto ao boletim anual da associação sobre incidentes antissemitas.

Esse é o maior número de casos de extrema violência desde o começo do registro em nível federal que começou em 2017, o que inclui o tiroteio na antiga residência do rabino da Sinagoga de Essen, em novembro do ano passado.

A Procuradoria Geral da Alemanha está investigando as suspeitas de que esse e outros casos de violência extrema do estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, que fica no oeste do país, tenham ocorrido com a cooperação da Guarda Revolucionária Iraniana.

O relatório indica que os atos de violência antissemita geram insegurança nas comunidades judaicas de toda a Alemanha.

Por outro lado, um em cada cinco incidentes antissemitas (21%) — de um total de 530 casos — tiveram um pano de fundo ideológico, baseado em teorias da conspiração. Em comparação, o índice foi de 16% em 2021.

"Devido ao alto risco derivados por atores islâmicos e de extrema-direita, os estados federados estão obrigados a resolver imediatamente o déficit de segurança para as comunidades judaicas", afirmou Benjamin Steinitz, diretor-executivo da RIAS.

O comissário do governo para a vida judaica e para a luta contra o antissemitismo na Alemanha, Felix Klein, lamentou que pessoas sejam afetadas pelo antissemitismo em suas atividades diárias, "seja no trabalho, no transporte público, no supermercado, em um museu ou show"