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Grande parceira da Venezuela, a Rússia pediu nesta sexta-feira (8) que o país sul-americano e a vizinha Guiana “se abstenham de quaisquer ações que possam desequilibrar a situação” na região e que ocorra uma “solução pacífica” para a disputa sobre o Essequibo.
“Consideramos uma prioridade reduzir a tensão e construir confiança nas relações entre a Venezuela e a Guiana”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado.
“Pedimos às partes que se abstenham de quaisquer ações que possam desequilibrar a situação e causar danos mútuos”, afirmou.
A tensão entre Venezuela e Guiana aumentou nos últimos dias, devido às medidas anunciadas pela ditadura de Nicolás Maduro após um contestado referendo realizado no último domingo (3), no qual a população venezuelana aprovou a anexação do Essequibo, uma região correspondente a 70% do território guianense.
As medidas anunciadas pela Venezuela incluem a criação de uma zona de defesa integral na Guiana Essequiba, como Caracas chama a região guianense disputada pelos dois países desde o século 19, e de um estado venezuelano na área e ordens para que estatais do país explorem e emitam licenças para exploração de petróleo e outros recursos na região.
O governo venezuelano também divulgou um mapa em que o Essequibo consta como parte do território da Venezuela.
Além de recorrer ao Conselho de Segurança da ONU, que discutirá o assunto nesta sexta-feira, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, colocou “em alerta máximo” as Forças de Defesa da Guiana, que fizeram exercícios conjuntos com os Estados Unidos na região.
A Rússia é um dos principais parceiros militares de Caracas, ao lado do Irã. Além de comprar armas e obter crédito do país eurasiático para esse fim, a Venezuela já realizou exercícios militares com a Rússia e sediou no ano passado os Jogos Internacionais do Exército, evento organizado pelo Ministério da Defesa russo. Esta semana, o Kremlin informou que Maduro visitará o país aliado este mês.