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Venezuela

Aliado de Maduro extraditado aos EUA diz que não vai colaborar com justiça americana

Apoiadores de Nicolás Maduro participam de ato em Caracas, Venezuela, em apoio ao empresário colombiano Alex Saab, 17 de outubro (Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez)

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O empresário colombiano Alex Saab, suposto testa de ferro do ditador venezuelano Nicolás Maduro, comparecerá pela primeira vez a um tribunal federal em Miami nesta segunda-feira, após ter sido extraditado no sábado aos Estados Unidos.

Um porta-voz do Departamento de Justiça do país confirmou no sábado que Saab, que enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, "foi extraditado de Cabo Verde aos EUA para ser processado por acusações imputadas a ele em julho de 2019" em um tribunal federal no estado americano da Flórida. A primeira audiência está marcada para o início da tarde desta segunda-feira.

Saab afirmou que não tem "nada a colaborar" com a justiça dos EUA, segunda uma carta lida no domingo por sua esposa, Camila Fabri.

"Enfrentarei o julgamento com toda a dignidade. Quero deixar claro que não tenho nada a colaborar com os Estados Unidos, que não cometi nenhum crime", afirma a carta, lida durante um dos atos organizados pelo regime chavista em apoio ao empresário no fim de semana, em Caracas. "Declaro que estou em pleno uso da minha razão, que não sou suicida, para o caso de me assassinarem e dizerem que cometi suicídio", declarou ainda o empresário.

Saab responsabilizou Washington e a oposição liderada por Juan Guaidó por sua vida e integridade física.

O empresário foi extraditado no sábado, depois de passar mais de um ano preso em Cabo Verde a pedido de autoridades americanas por suposta lavagem de dinheiro.

Ele enfrenta sete acusações de lavagem de dinheiro e uma de conspiração para lavar dinheiro, além de ter sido punido com sanções do Departamento do Tesouro dos EUA em maio de 2019.

Chavismo defende empresário

O ditador Nicolás Maduro saiu em defesa de Saab, afirmando que o empresário foi "sequestrado pelo império norte-americano".

"Confio Alex Saab nas mãos de Deus. Haverá justiça, porque haverá verdade", disse o ditador na televisão estatal. Maduro disse ainda que a extradição de Saab é "uma das injustiças mais ignóbeis e vulgares cometidas nas últimas décadas no mundo" e que o seu país acionará a ONU e organismos de direitos humanos contra o "sequestro".

Maduro estaria defendendo a libertação de Saab pois estaria preocupado com o que o empresário pode declarar à justiça dos EUA, segundo Rafael Ramírez, ex-ministro de Petróleo e ex-presidente da PDVSA, a empresa estatal venezuelana de petróleo.

"É evidente que Nicolás Maduro está apavorado com o desenrolar do caso e com o que o empresário irá declarar na justiça. Todo o governo e o Madurismo como grupo político saíram automática e incondicionalmente em sua defesa", avaliou Ramírez em uma coluna publicada em seu site e repercutida pelo Infobae.

Ramírez garantiu que o regime chavista conta com todos os recursos da estatal de petróleo para financiar os altos custos da defesa de Saab.

"Por que o governo se posiciona, rasga as vestes e usa os escassos recursos do país para defender um operador privado, empresário ou como queiram chamá-lo, que se dedicou a fazer negócios e enriquecer à sombra do Estado?", questionou o ex-chefe da PDVSA, para em seguida descrever o empresário colombiano como "homem forte" e "operador econômico" de Maduro.

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