O ex-presidente da Rússia (2008-2012) e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, disse que o governo de Vladimir Putin pode utilizar armas nucleares na Ucrânia caso a contraofensiva de Kiev avance em territórios ocupados por Moscou.
“Imaginem que a ofensiva […], em conjunto com a OTAN, dê certo e resulte na tomada de parte do nosso território [em referência a quatro regiões ucranianas anexadas irregularmente pela Rússia no ano passado]. Então, teríamos que usar armas nucleares, em virtude do estipulado no decreto presidencial russo”, disse Medvedev no Telegram.
A doutrina nuclear da Rússia autoriza o uso desse tipo de armas em casos de defesa da soberania e integridade territorial do país e para garantir a segurança do povo russo.
Como Moscou considera os oblasts ucranianos de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia parte da Rússia, o avanço da contraofensiva lançada pela Ucrânia no verão europeu para recuperar essas regiões poderia ser uma desculpa para um ataque nuclear russo, segundo a premissa da sua doutrina nessa área.
“Simplesmente não haveria outra solução”, disse Medvedev. “Nossos inimigos devem rezar para que nossos combatentes não permitam que o mundo seja destruído por chamas nucleares.”
Na semana passada, a Ucrânia anunciou avanços na sua contraofensiva e o país invadido tem aumentado as incursões dentro da Rússia.
O Ministério da Defesa russo acusou Kiev de um ataque com drones em Moscou, que atingiu um prédio comercial e um shopping center no oeste da capital russa no domingo (30).
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