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Os aliados de Dominique Strauss-Kahn disseram hoje estar confiantes com o retorno do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) à política, após a divulgação da informação de que seu caso judicial perde força. Eles notaram, porém, que é cedo ainda para prever o papel que ele pode ter nas eleições presidenciais francesas de 2012, informa o Wall Street Journal.

"Se ele for solto, como espero que seja, Dominique terá sem dúvida um importante papel político", afirmou o parlamentar Jack Lang, em entrevista à televisão francesa. "Seja qual for seu papel, sua presença será um ativo (do Partido Socialista) para a eleição presidencial."

Strauss-Kahn foi preso em Nova York em 14 de maio, após a camareira de um hotel acusá-lo de crimes sexuais. Porém, segundo uma pessoa ligada ao caso, os promotores devem revelar em uma audiência hoje que a camareira teria mentido.

Segundo a fonte, a camareira teria sofrido um estupro em seu país natal, a Guiné, e depois admitiu ter mentido sobre seu suposto envolvimento com o político. Strauss-Kahn, de 62 anos, sempre afirmou ser inocente e a defesa disse que houve apenas sexo consensual entre os dois.

"É uma reviravolta", disse o ex-premiê socialista Lionel Jospin em entrevista à rádio RTL. Segundo Jospin, se as acusações se mostrarem falsas, isso significa que "ele foi atirado aos lobos". A líder do Partido Socialista e a pré-candidata presidencial, Martine Aubry, expressou hoje sua "imensa alegria" com a notícia de que o político de seu partido pode "sair desse pesadelo".

Alguns dos partidários de Strauss-Kahn dizem esperar que ele participe das primárias do Partido Socialista, que estão em andamento. "O partido precisa suspender as primárias para dar a ele tempo para decidir", disse a socialista Michele Sabban, por telefone.

Atualmente, o prazo para o registro de pré-candidaturas na sigla é de 13 de julho. Alguns dos partidários de Strauss-Kahn chegaram a sugerir que ele deve ser reempossado no comando do FMI. Na terça-feira, o fundo elegeu Christine Lagarde, ex-ministra das Finanças da França, como nova diretora-gerente.

Strauss-Kahn era apontado como favorito nas pesquisas para tirar do poder o presidente francês Nicolas Sarkozy. Após um período lamentando a ausência, alguns membros do Partido Socialista se apresentaram para as primárias, como Aubry e François Hollande.

É difícil mensurar o impacto na opinião pública francesa da prisão, mesmo que Strauss-Khan saia inocentado. O povo francês mostrou-se chocado diante das imagens do político algemado, com a barba por fazer, indo para a cadeia. A lei francesa proíbe câmeras em tribunais e as emissoras desse país evitam mostrar imagens insinuando que alguém seja culpado antes do veredicto. Uma pesquisa pouco após a prisão concluiu que a grande maioria dos franceses acreditava que as acusações haviam sido fabricadas.

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