Os aliados da coalizão do primeiro-ministro Silvio Berlusconi disseram no domingo (19) que permanecerão em seu governo de centro-direita por enquanto, apesar das duas derrotas eleitorais esmagadoras sofridas nas últimas semanas.
"Esse é um momento favorável para a esquerda", disse em comício Umberto Bossi, líder da Liga do Norte, que é pró-descentralização e anti-imigrantes.
"Não seremos responsáveis por levar o país à ruína."
A coalizão de Berlusconi está se recuperando de derrotas nas eleições locais e em referendo que têm impulsionado a oposição de centro-esquerda e alimentado especulações de que o governo pode desmoronar antes do fim do seu mandato em 2013.
O apoio da Liga do Norte é vital para a sobrevivência do governo, que enfrentará esta semana duas votações cruciais no Parlamento que ele precisa ganhar para poder se manter.
A Liga tem discordado cada vez mais do PDL, partido do primeiro-ministro, com os ministros brigando abertamente na imprensa sobre questões que vão da reforma fiscal às exigências da Liga de mudanças no ministério no norte da Itália.
Falando em Pontida, a cidade do norte que em 1167 foi berço da Liga medieval Lombard, Bossi pediu mais poder para as regiões, cortes nas missões militares no exterior e reformas para reduzir a carga tributária das pequenas empresas.
"A pressão fiscal já ultrapassou todos os limites", disse, evitando, contudo, exigir cortes fiscais gerais, que poderiam colocar em risco as já combalidas finanças públicas.
A agência de classificação Moody's disse na sexta-feira que pode cortar a classificação de crédito da Itália por causa de preocupações sobre sua habilidade de reduzir a dívida pública equivalente a cerca de 120 por cento do PIB.