O governo do Egito deu um novo ultimato nesta quarta-feira aos aliados do presidente deposto Mohammed Mursi, que estão acampados em duas praças no Cairo. O primeiro-ministro egípcio, Hazem Beblawia, ameaçou dispersar o acampamento à força após o fim do Ramadã, mês sagrado para os islâmicos.
Os aliados de Mursi, vinculados à Irmandade Muçulmana, montaram duas ocupações nas praças de Al Nahda e Rabia al-Adawiya na capital egípcia desde 3 de julho, quando o mandatário foi retirado pelos militares. Desde então, o governo interino tenta e ameaça retirar os manifestantes.
Nas vezes anteriores, eles não conseguiram convencer os islamitas a se retirarem do local, onde montaram barricadas e se prepararam para confrontos. Hoje, o chefe de governo disse que não mudará sua decisão de retirar os partidários.
Ele pediu outra vez que os aliados de Mursi saiam por vontade própria, sob pena de fazer uma operação policial para desocupar as praças. No entanto, não deixou claro se a saída acontecerá após o término do mês sagrado, hoje, ou após o fim da festa de Aid el-Fitr, que marca o fim do jejum e termina no domingo.
Esta ameaça foi feita horas depois de a Presidência egípcia anunciar o fracasso da mediação internacional para resolver a crise política do país, culpando a Irmandade Muçulmana. O impasse deve provocar mais confrontos violentos, como os ocorridos em julho, que deixaram cerca de 300 mortos no país.
Hoje, uma pessoa morreu em confrontos entre islamitas e moradores liberais de Alexandria, no norte do país. Segundo autoridades locais, outras 46 pessoas ficaram feridas, a maioria baleadas ou atingidas por balas de borracha.
Mursi foi retirado do poder em 3 de julho, após uma intensa onda de protestos contra seu governo, acusado de autoritarismo e de querer impor a lei islâmica. Após sua queda, o presidente deposto foi preso pelos militares, que o mantêm em um local não divulgado.
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