Fernando Lugo terá de lidar com conflitos internos em seu governo| Foto: Enrique Marcarian/Reuters

O governo de Fernando Lugo mal começou e as disputas internas pelo poder já começaram a pipocar. No mesmo dia em que foram empossadas as novas autoridades, o jornal La Nación publicou uma entrevista com o vice-presidente, Federico Franco, do partido Liberal Radical Autentico (PLRA), principal aliado de Lugo, na qual ele afirmou que não descansará até que o seu partido chegue à Presidência, em 2013.

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Franco argumentou que não está nos planos do novo presidente buscar uma reeleição. No entanto, Lugo disse, recentemente, não descartar uma reforma constitucional, que incluiria a possibilidade de um segundo mandato.

Federico, que é irmão do ex-vice presidente Yoyito Franco, do governo de Luis González Macchi (1999-2003), foi fundamental para a formação da aliança que permitiu a vitória de Lugo. O PLRA não tinha um líder nem votos suficientes para vencer uma eleição presidencial. Mas o apoio de seus eleitores (que representaram 72% dos votos) foi crucial para o triunfo do ex-bispo da região de San Pedro, a mais pobre do Paraguai.

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Este respaldo, entretanto, teve um preço: a concessão de três ministérios da área econômica, o que não satisfez plenamente as ambições dos liberais, que também pretendiam ocupar o Ministério das Relações Exteriores, que ficou com o embaixador Alejandro Hamed.

Após sua indicação surgiram rumores sobre supostos vínculos do embaixador, que acaba de deixar o Líbano, com grupos terroristas locais, fato que, segundo versões nunca confirmadas, incomodaria profundamente os Estados Unidos. De acordo com assessores de Hamed, os boatos partiram da ala liberal do governo que ainda não conseguiu digerir a decisão de Lugo.