Curitiba A aparente subserviência de Tony Blair à política norte-americana rendeu a ele o apelido de "o poodle de Bush". O futuro premier, Gordon Brown, a par do custo político do apoio à Guerra do Iraque, promete manter a relação com Washington, mas de maneira mais independente.
Nicolas Sarkozy, na França, é visto como um aliado mais próximo do que foi o ex-presidente Jacques Chirac. Em seu discurso de posse, disse: "Eles (os EUA) poderão contar com a nossa amizade. Eu quero dizer que a França estará sempre ao seu lado quando eles precisarem". Mas fez um porém. "Eu também quero dizer a eles que a amizade significa aceitar que os amigos podem ter opiniões diferentes."
Para o coordenador do Núcleo de Estudos Europeus da UnB, Estevão Rezende Martins, a "grosseria política de George W. Bush não encontrou problemas na Inglaterra. Mas viu-se depois que o preço político foi elevadíssimo para o Blair, porque as razões da intervenção foram manifestadamente mentirosas". Pelo contrário, defende o professor, a França foi valorizada por não apoiar os EUA na guerra e manter-se um aliado estratégico do americanos.
"A França foi valorizada pelo fato de, não abandonando a aliança estratégica com os norte-americanos, recusar-se a ser levada para o abismo só porque os EUA são amigos. Amigos sim, mas não a ponto de cometer um suicídio político. Agora, há o reconhecimento internacional de que o Iraque foi uma aventura infeliz, porque não só não se resolveu o problema do terrorismo internacional, como não se conseguiu diminuir a pressão sobre os EUA. Hoje os EUA estão com um problema pior do que antes. Com uma complicação no Afeganistão e uma complicação ainda maior no Iraque." (BB)
