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A coalizão que governa o Iraque e poderosas milícias xiitas do país pediram que o primeiro-ministro Haider al-Abadi solicite à Rússia que realize ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico, que controlam grandes partes do país, disseram à Reuters membros do gabinete e milicianos.

A crescente pressão sobre Abadi para que busque apoio russo o deixa na posição delicada de tentar apaziguar sua coalizão de governo, bem como as milícias, vistas como um baluarte contra Estado Islâmico, e ao mesmo tempo manter a seu lado os Estados Unidos, seus aliados estratégicos.

O principal general dos EUA, Joseph Dunford, disse em uma viagem a Bagdá na terça-feira que o governo norte-americano obteve garantias do Iraque de que não iria procurar tais ataques.

Dunford, em sua primeira visita ao Iraque desde que se tornou presidente do Comando Conjunto do Estado Maior, em 1 de outubro, disse que Abadi e o ministro da Defesa iraquiano, Khaled al-Obeidi, lhe disseram que não estavam procurando a ajuda da Rússia.

Ex-inimigos da Guerra Fria, os Estados Unidos e a Rússia estão empreendendo campanhas rivais de ataques aéreos na Síria. Recentemente a especulação de que a Rússia poderia expandir sua campanha para o Iraque vem aumentando, já que Abadi e as milícias apoiadas pelos iranianos expressaram frustração com o ritmo e a profundidade da campanha dos EUA contra o Estado Islâmico.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, voou para Moscou na terça-feira à noite para agradecer ao presidente russo, Vladimir Putin, por seu apoio militar, em uma visita-surpresa que demonstrou que a Rússia se tornou um ator importante no Oriente Médio.

Dois membros do parlamento iraquiano disseram que o primeiro-ministro estava sob “enorme pressão” da governista Aliança Nacional para que peça a intervenção russa.

O Iraque recebeu mais de 20 bilhões de dólares dos EUA em ajuda para treinamento militar desde a queda de Saddam Hussein em 2003, mas seu Exército praticamente entrou em colapso quando os combatentes do Estado Islâmico conquistaram rapidamente grandes porções do norte iraquiano no ano passado e avançaram no oeste.

(Reportagem adicional de Stephen Kalin)

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