A coalizão de governo do primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, conseguiu neste sábado uma esmagadora vitória eleitoral, aumentando as esperanças de um governo estável enquanto a emergente potência asiática enfrenta o declínio econômico e tensões com o Paquistão.

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A coalizão de Singh, liderada pelo Partido do Congresso Nacional Indiano, aproveitando anos de crescimento econômico, foi melhor do que se esperava e provavelmente ficará muito perto de uma maioria total, de acordo com dados de uma comissão eleitoral e projeções de emissoras de televisão.

A vitória sobre a aliança de oposição hindu-nacionalista significa que o Congresso de centro-esquerda pode ter mais facilidade para formar uma coalizão com partidos menores e ser menos vulnerável à pressão em assuntos como reformas econômicas.

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"No fim, o povo da Índia sabe o que é bom para ele e sempre faz a escolha certa", afirmou a repórteres Sonia Gandhi, líder do Partido do Congresso Nacional Indiano, do lado de fora de sua residência em Nova Délhi.

Os apoiadores da legenda, carregando faixas dos conhecidos políticos Rahul e Priyanka Gandhi, soltaram fogos de artifício em comemoração à vitória.

A coalizão foi projetada para conquistar 261 assentos, pouco menos do que os 272 necessários para uma maioria parlamentar, informou a TV estatal. Resultados finais da apuração são esperados ainda para este sábado.

A coalizão liderada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP) terá 160 cadeiras e uma terceira fatia, com comunistas e grupos menores, ocupará 58 assentos, informou a emissora estatal.

O BJP de fato aceitou a derrota ao dizer que o partido rival teria o maior mandato.

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Singh, 76, afirmou que pretende um cargo em seu gabinete para Rahul Gandhi, descendente da dinastia Gandhi-Nehru e visto como a pessoa que arquitetou o ressurgimento do Partido do Congresso nos Estados do Norte. "É o meu desejo que ele esteja no gabinete. Mas terei de persuadi-lo", afirmou Singh.

Os resultados devem aumentar a confiança dos investidores e a esperança por reformas. Os mercados estavam desconfiados de qualquer aliança nacional, temendo o surgimento de uma coalizão fraca.

"Isso é um sonho para o mercado. Você não poderia pensar em nada melhor do que isso. Prepare-se para um crescimento de 7, 8 por cento da bolsa de valores na segunda-feira". disse Samir Arora, um gestor de fundos da Helios Capital, em Cingapura.

Cerca de 714 milhões de pessoas estavam aptas para votar no maior pleito do mundo.

ECONOMIA, GANDHI

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O crescimento rápido da economia indiana nos últimos quarto anos, incluindo o aumento da renda no campo, pode ter sido perfeito para a coalizão do Partido do Congresso Nacional Indiano, liderada pelo reformista Singh.

Um forte declínio financeiro que começou no ano passado e continua na terceira maior economia da Ásia parece ter tido pouco impacto no sucesso da aliança governista.

"Para mim, parece que devemos aprovar a economia", afirmou o analista político Mahesh Rangarajan. "Apesar da desaceleração no último ano, esses quatro ou cinco anos estão entre os melhores da história econômica indiana que se tem registro."

Uma campanha incansável de Rahul Gandhi também foi um fator importante na eleição, afirmaram apoiadores do partido. "Queremos que Rahul Gandhi seja primeiro-ministro o quanto antes. Ele é um grande líder e todos nós o amamos", afirmou Vandana, um estudante.

A eleição foi um revés para partidos regionais baseados em castas, além dos comunistas, que antes eram vistos como indispensáveis em qualquer coalizão.

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Os comunistas romperam com a coalizão de Singh no ano passado devido a um acordo de energia nuclear civil com Washington, visto como algo que fere a soberania nacional.