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Alívio para viajantes rabugentos

O aeroporto de Newark em Nova Jersey tenta tornar mais tolerável a pior parte das viagens aéreas: esperar pelo voo no aeroporto de Newark. Os esforços são apenas um exemplo de como os aeroportos estão reconhecendo que o processo de voar, desde o check-in até o desembarque, parece projetado para torturar até o mais paciente dos passageiros.

"Tudo o que acontece antes de pegar o avião tem o potencial de me enlouquecer", contou ao The Times Robert Gogel, experiente viajante de negócios que vive em Paris, mas diz que seu endereço é o assento 11D.

Em Newark, a salvação pode vir através de um bando de iPads — 1.500 no total — que aguarda os viajantes no Terminal C, nas áreas de descanso e alimentação. O objetivo é tornar a espera suportável, permitindo que os passageiros naveguem na internet, peçam um hambúrguer com queijo, confiram voos e, em um futuro comercial mais utópico, comprem confortos como almofadas de pescoço, relatou o jornal.

Aeroportos de vários locais estão instalando iPads em terminais, portões e restaurantes para acalmar os passageiros cansados, e estes parecem gostar da conveniência.

Em uma escala a caminho de Barcelona em meados do ano passado, Carmen Vega desistiu de usar seu próprio tablet por um oferecido no aeroporto de Toronto.

"A gente carrega tanta coisa quando viaja", ela disse ao Times, descrevendo a batalha para tentar encontrar o seu tablet. "Acabei usando o deles só porque era mais confortável."

No entanto, é preciso mais do que travesseiros de pescoço e redes wi-fi para contentar os passageiros, e por isso as mudanças chegam também à cabine do avião. O maior espaço para as pernas pode ser um sonho, mas há um novo tratado na guerra do compartimento de bagagem de mão que auxilia os passageiros com inclinações musicais.

Zachary De Pue, que toca na Orquestra Sinfônica de Indianápolis, tinha um post on-line que se tornou viral no ano passado, depois que foi proibido de embarcar com seu valioso violino.

"Bach ficaria muito chateado", disse De Pue em um vídeo feito na pista do aeroporto em Charlotte, Carolina do Norte.

Porém, a partir de março, quando uma nova regra entra em vigor, as companhias aéreas americanas serão obrigadas a tratar instrumentos como qualquer outra bagagem, relatou Joe Sharkey ao The Times.

Em outras palavras: quem chegar primeiro, leva, mesmo que o violão seja difícil de manejar. Comissários de bordo não podem remover o instrumento depois que ele se instalou no compartimento e precisam pedir que você o verifique, "mesmo que o espaço ocupado pelo instrumento musical possa acomodar uma ou mais bagagens de mão", diz a regra federal.

E quem não estiver transportando um Stradivarius também irá se beneficiar. A medida deve reduzir discussões no corredor, disse Alfonso Pollard, diretor legislativo da Federação Americana de Músicos.

Entretanto, se mesmo assim você padece nas mãos das companhias aéreas, a melhor solução pode ser sofrer em silêncio. Essa é a lição que Gogel aprendeu durante seus muitos anos como viajante guerreiro.

"Todas as minhas viagens me transformaram em um grande fã dos produtos de higiene pessoal gratuito que muitas vezes são distribuídos em voos internacionais", disse ele se referindo aos pacotes que trazem protetor labial, creme para as mãos e outros itens básicos.

"Lembro-me de uma vez ter comentado com um passageiro ao meu lado que hoje essas coisas são baratas e mal feitas se comparadas com o que costumavam ser", continuou. "Depois de alguns minutos de conversa, descobri que o cara com que estava falando fabricava a maioria delas". Qual é a lição? "Às vezes é melhor não falar nada", ele disse. Ou então você pode se tornar o pesadelo de viagem de outra pessoa.

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