O ex-primeiro-ministro Iyad Allawi ultrapassou na terça-feira o atual ocupante do cargo, Nuri al Maliki, na apuração da eleição parlamentar de 7 de março no Iraque. Esse resultado pode levar a meses de barganha política e à criação de um arriscado vazio de poder.

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Os novos resultados parciais, revertendo a liderança de Maliki em totalizações divulgadas na semana passada, surgem no dia em que um duplo atentado a bomba na cidade de Mussayab, 60 quilômetros ao sul de Bagdá, matou oito pessoas.

As bombas explodiram num intervalo de poucos minutos, depois de serem colocadas em carros, demonstrando a fragilidade do Iraque diante da possível mudança política e dos preparativos das tropas dos EUA para desocuparem o país. Na véspera, sete pessoas morreram na explosão de um carro-bomba na província de Anbar.

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Com cerca de 80 por cento dos estimados 12 milhões de votos já apurados, apenas 9.000 votos separavam a coalizão de Allawi da de Maliki. Os resultados definitivos podem levar várias semanas.

A pequena vantagem de Allawi mostra a grande polarização na sociedade iraquiana após anos de conflitos sectários. A coalizão xiita de Maliki, chamada Estado da Lei, lidera em 7 das 18 províncias, mas vai mal em áreas sunitas. Já a lista laica e multisectária do xiita Allawi, chamada Iraqiya, lidera em 5 províncias e foi capaz de obter votos de muitos sunitas interessados em recuperar parcialmente o poder político perdido com a deposição de Saddam Hussein em 2003.

Um dos dois blocos deve se aliar com a Aliança Nacional Iraquiana, grupo de maioria xiita, formado principalmente por ex-aliados de Maliki, que está em terceiro lugar na apuração. Outra possibilidade é uma coalizão com os partidos curdos que dominam a política no Curdistão iraquiano (norte).