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Domínio de cartéis

Alto índice de violência leva até crianças a combaterem crime organizado no México

Homens armados incendiaram doze carros em diferentes locais da cidade costeira de Acapulco, no sudoeste do México, no ano passado (Foto: EFE/David Guzmán)

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Uma comunidade localizada na zona rural do México, no estado de Guerrero, está recrutando até crianças para combater a violência provocada pelo crime organizado na região, segundo informou a imprensa local nesta semana.

O alto índice de criminalidade, somado à falta de legislação para frear atividades criminosas, levou os moradores da localidade a criarem uma força policial voluntária há 28 anos, formada por cidadãos de 16 municípios do sudeste de Guerrero e membros da Coordenadoria Regional de Autoridades Comunitárias e Povos Fundadores (CRAC), que conta agora com o recrutamento de meninos e meninas com mais de 12 anos.

Armados com rifles e outros equipamentos de defesa mais leves, as crianças percorrem as redondezas da comunidade e se juntam a uma patrulha. À emissora mexicana Milenio, um adolescente relatou que não há possibilidade de estudo na região por falta de leis, o que permite uma atuação forte do crime organizado sobre a população. O jovem afirmou que aprendeu a disparar uma arma depois de poucas aulas.

A Coordenadoria Regional de Autoridades Comunitárias justificou a medida alegando a omissão das autoridades mexicanas sobre a comunidade e destacou que os menores realizam apenas "tarefas de vigilância". A polícia comunitária da região enfrenta há vários anos os cartéis de drogas e as organizações criminosas que operam num dos locais mais pobres do país.

O vilarejo da zona rural de Ayahualtempa é principalmente alvo do grupo criminoso Los Ardillos, um dos que contestam o tráfico de drogas naquela região.

No início do mês, um ataque com drones, supostamente realizado por um cartel, matou cerca de 30 pessoas, segundo grupos de direitos humanos que acompanham a violência no país. Outro crime que chocou a população local na semana passada foi o sequestro de quatro membros de uma família, que seguem desaparecidos, de acordo com o gabinete do promotor público do estado de Guerrero.

Dois grupos criminosos, La Familia Michoacana e Los Tlacos, também paralisaram nesta semana a cidade turística de Taxco, após o assassinato de um motorista de transporte público e de dois policiais do Ministério Público do Estado, cujos corpos foram encontrados próximo a uma rodovia.

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