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O alto representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e a Política de Segurança, Josep Borrell, disse nesta terça-feira (8) que “menos armas” devem ser enviadas a Israel para deter o alto número de mortes no Oriente Médio.
“Há armas e armas. Não se trata de deixar Israel indefeso, o que certamente não é o caso. Israel tem hoje o exército mais poderoso do Oriente Médio, graças, obviamente, à ajuda ocidental”, declarou Borrell à Agência EFE.
Ele ressaltou que todos aqueles que “lamentam que há muitos mortos, que (Israel) está matando muitas pessoas em Gaza, se realmente acreditam que estão matando muitas pessoas, talvez a resposta lógica seja fornecer menos armas”.
Borrell, que em fevereiro pediu a imposição de um embargo de armas a Israel, disse que a questão seria discutida na reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE na próxima segunda-feira, em Luxemburgo, “para tentar ver quais são as diferentes posições (entre os 27 países da UE), mas não para tomar uma posição”, que, segundo ele, deve ser adotada por unanimidade, algo que ainda não é possível de alcançar entre os Estados-membros.
Ainda, o alto representante da UE afirmou que o envio de armas a Israel seria “muito importante” na campanha eleitoral dos EUA, já que “uma parte da juventude democrata já estava começando a minar o apoio” do presidente e ex-candidato à reeleição Joe Biden, “justamente por causa da questão palestina”.
De acordo com Borrell, o apoio a Israel e o direito à defesa é algo que os principais partidos nos EUA defendem. “Todos o dizem. O problema é como esse direito de defesa é exercido”, finalizou.