O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, condenou nesta terça-feira (5) o canal de televisão que exibiu o vídeo de preparação e execução do resgate de Ingrid Betancourt e outros 14 reféns que estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O vídeo foi transmitido na noite de segunda-feira pelo canal local RCN e mostrou detalhes da operação feita em 2 de julho, na qual, além de Ingrid, o Exército colombiano resgatou três americanos e 11 policiais e militares colombianos.
O governo colombiano havia censurado cerca de 80% da gravação. As imagens divulgadas agora confirmam que um dos militares usou o emblema do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) o tempo todo. Uribe havia pedido desculpas à Cruz Vermelha, dizendo que o símbolo só foi usado na última hora, devido ao nervosismo do militar diante do perigo oferecido pelas Farc.
O vídeo, que parece ter sido gravado pelo Exército, mostra que o logotipo de uma missão humanitária fictícia foi pintado nos helicópteros. O vídeo também exibe detalhes do pouso na selva e a emoção de Betancourt, dos americanos Keith Stansell, Marc Gonsalves e Thomas Howes e dos colombianos libertos.
"O presidente reitera a necessidade de permitir que todos os meios de comunicação tenham igual acesso às notícias mais importantes", afirmou um comunicado da Presidência. "É grave que integrantes das Forças Armadas vazem notícias de maneira clandestina e sem coordenação com seus superiores", acrescentou.
O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, também disse que os militares que atuaram como jornalistas na operação utilizaram logotipos do canal de televisão Telesur.
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