A estudante norte-americana Amanda Knox embarcou nesta terça-feira de volta para os EUA, após quatro anos de prisão na Itália, enquanto a família da jovem assassinada Meredith Kercher manifestou tristeza por continuar longe de esclarecer o crime.
Knox e seu ex-namorado italiano foram condenados em 2009 pelo assassinato de Kercher, com quem ela dividia apartamento em Perugia. Na segunda-feira, um tribunal de apelação anulou a condenação deles, por considerar que a pena foi baseada em um exame de DNA inadequado.
O caso chamou a atenção na Europa e nos EUA por causa da beleza da ré e de detalhes picantes citados pela promotoria, segundo a qual a britânica Kercher foi morta numa festa à base de drogas e sexo.
Os promotores disseram na terça-feira que vão recorrer da nova sentença junto à Corte de Cassação, principal tribunal de recursos da Itália, e a família de Kercher disse que a busca pelos autores do homicídio, ocorrido em 2007, continua.
"Ainda estamos absorvendo. A gente achava que tínhamos uma decisão, e agora ela foi revertida", disse a mãe de Meredith, Arline, em entrevista coletiva.
Stephanie, irmã da vítima, disse que ainda aguarda a explicação por escrito da absolvição de Knox e do italiano Raffaele Sollecitto. "Aí poderemos entender por que eles foram absolvidos, e trabalhar para encontrar os responsáveis", afirmou. "Essa é a maior frustração - ainda não saber e saber que há por aí uma ou várias pessoas que fizeram isso."
O narcotraficante marfinense Rudy Guede continua cumprindo pena de 16 anos por seu envolvimento no crime. Mas investigadores acreditam que mais de uma pessoa segurou Kercher enquanto ela era esfaqueada, inclusive na garganta.
Knox, de 24 anos, chorou e precisou ser socorrida durante a leitura da sentença. Ela não falou em público desde então, mas, em carta a uma fundação ítalo-americana, publicada pela agência italiana de notícias Ansa, ela agradeceu as pessoas que a apoiaram.
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