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Anúncio do livro de Xi Jinping em Xangai, China. Amazon cedeu a pressão do Partido Comunista chinês e removeu críticas à obra, diz Reuters
Anúncio do livro de Xi Jinping em Xangai, China. Amazon cedeu a pressão do Partido Comunista chinês e removeu críticas à obra, diz Reuters| Foto: EFE/EPA/ALEX PLAVEVSKI

A Amazon foi pressionada pela China e concordou em remover críticas ao livro do mandatário chinês Xi Jinping em sua loja online no país, de acordo com uma reportagem da Reuters.

O livro "A Governança da China", uma coletânea de discursos e textos de Xi, começou a ser vendido há cerca de dois anos. Após uma avaliação negativa de um comprador, Pequim ordenou a gigante americana de e-commerce a não permitir mais que os clientes deixassem avaliações na página do livro na amazon.cn, duas fontes disseram à agência de notícias.

"Acho que o problema era qualquer avaliação com menos de cinco estrelas [a pontuação máxima que clientes podem dar aos produtos vendidos pelo site]", disse uma das fontes.

Atualmente, na Amazon chinesa, as páginas de venda das diferentes versões do livro de Xi, que é traduzido em vários idiomas, não possuem o sistema de avaliação por compradores e a seção de comentários está desabilitada.

A decisão da Amazon de aceitar o decreto do regime chinês faz parte dos esforços da companhia para se manter no país, um dos maiores mercados do mundo.

A Reuters cita um documento interno de 2018 que descreve os negócios da empresa na China e lista vários problemas que a Amazon enfrentou no país. Entre eles: "controle ideológico e propaganda são o núcleo do kit de ferramentas usadas pelo partido comunista para alcançar e manter o seu sucesso", diz o documento. "Não julgamos se isso é certo ou errado".

O documento relata ainda que, em 2018, a Amazon recebia "um número crescente de pedidos de fiscalizadores [chineses] para remover conteúdo, a maioria deles politicamente sensível."

Segundo a reportagem, esse documento e entrevistas com mais de 20 pessoas envolvidas na operação da Amazon na China revelam que a empresa se mantém no país asiático ajudando o Partido Comunista a promover a sua agenda política e econômica, ocasionalmente recusando as exigências do regime.

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