Ocidente fica em alerta contra atentados
O anúncio da morte de Osama bin Laden desatou uma onda de temores nos países ocidentais em relação a atentados retaliatórios de aliados do líder terrorista.
Diante da onda de medo que começou a se espalhar, autoridades em Nova York fecharam temporariamente uma rua próxima à Times Square depois de investigar um pacote suspeito. Mas tratava-se de alarme falso.
A reação na Europa à notícia foi contida e preocupada.
O Reino Unido, principal parceiro dos EUA nas guerras do Iraque e do Afeganistão, pediu a seus cidadãos no exterior que não participem de comemorações e que evitem aglomerações de pessoas.
A segurança nas embaixadas e nas bases das Forças Armadas foi intensificada, e o ministério das Relações Exteriores disse que a Al-Qaeda continua a ser uma ameaça.
Na França, foram colocados mais policiais em pontos turísticos e nos metrôs.
A Alemanha alertou contra a tentação de se dar o terrorismo como uma ameaça controlada e para a possibilidade de contra-ataques.
Em seu pronunciamento, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, citou quatro vezes a prisão, na semana passada, de três membros de suposta célula da Al-Qaeda na cidade de Düsseldorf.
Na Espanha, alvo de ataques da Al-Qaeda em 2004, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, reconheceu a possibilidade de represálias da rede. Mesmo assim, optou por não elevar o alerta para atentados no país.
Opinião
Veja o comentário dos colunistas Ross Douthat e Nicholas Kristof, do jornal The New York Times
A notícia surgiu nas redes sociais por volta 23h45 do domingo (horário de Brasília) e falava que Osama bin Laden, o inimigo público número um dos EUA, estava morto. Mais tarde na mesma noite, o presidente norte-americano, Barack Obama, em um anúncio oficial, falou que o terrorista foi eliminado por uma ação militar em Abbottabad, a 115 km da capital paquistanesa, Islamabad.
» FOTOS: veja imagens da repercussão da morte de Osama bin Laden
Depois do anúncio da morte de Bin Laden e da comemoração na madrugada, as autoridades de Nova York aumentaram a segurança na cidade. Em locais como o Marco Zero (onde ficavam as torres do World Trade Center), no Rockefeller Center e até em algumas estações de metrô era possível notar uma presença policial maior que a rotineira. Países da Europa também demonstraram cautela (leia mais nesta página).
Ontem, ao longo do dia, outras informações foram surgindo. Porém, há perguntas ainda não respondidas, como questões relacionadas ao sumiço do corpo de Bin Laden (no mar) e à aparente facilidade com que militares eliminaram o terrorista sunita.
Funcionários das agências de espionagem dos EUA acreditam o herdeiro de Bin Laden no comando da organização, o egípcio Ayman al-Zawahiri, é uma figura difícil e pouco conciliadora, que não possui o carisma que o milionário saudita usou para manter unidas as várias facções da Al- Qaeda.
Eles avaliam que sem o comando de Bin Laden a Al-Qaeda poderá se dividir e se enfraquecer. Porém, a Al-Qaeda é muito maior do que era em 2001 e se tornou uma rede capaz de se adaptar a várias adversidades e de atuar em vários países.
Quatro anos
De acordo com o governo norte-americano, a operação que eliminou Bin Laden ontem começou a ser planejada em 2007. Agentes da CIA (agência de inteligência dos EUA) descobriram a identidade de um mensageiro de Bin Laden interrogando detentos da prisão americana de Guantánamo, em Cuba.
Não há versões independentes sobre o ataque à mansão. Segundo o governo dos EUA, ao chegarem à casa, o primeiro dos dois helicópteros da missão foi alvo de um disparo de lança-foguetes e teve de fazer pouso forçado. Foi destruído para que armas não caíssem em mãos inimigas.
Liderados por espião da CIA, agentes especiais da Marinha (chamados de Seals) desembarcaram e invadiram a mansão, trocando tiros com seguranças do saudita. O mensageiro, seu irmão e um filho de Bin Laden foram mortos.
O saudita foi encurralado no último andar e, segundo John Brennan, conselheiro de Obama para segurança nacional, usou uma de suas esposas como escudo humano. Ele foi morto com dois tiros ao disparar contra os militares; sua mulher foi assassinada no fogo cruzado.
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