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Ameaça de Trump derruba siderúrgicas brasileiras

Em sua conta no Twitter, Trump disse que guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar. | Mandel NganAFP
Em sua conta no Twitter, Trump disse que guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar. (Foto: Mandel NganAFP)

As principais siderúrgicas brasileiras perderam juntas R$ 1,97 bilhão em valor de mercado desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na quinta-feira (1º), o plano de impor tarifas ao aço e alumínio importados pelo país.

Trump fez a declaração por volta das 14 horas (horário de Brasília) sobre uma taxa de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio.

O Brasil está entre os países que mais podem ser afetados pela medida porque é o segundo maior exportador de aço aos EUA, atrás apenas do Canadá. No ano passado, a receita gerada com as vendas aos americanos somou US$ 2,63 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões).

Na Bolsa de São Paulo, a empresa mais afetada pelas declarações de Trump foi a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), cuja perda de valor de mercado desde quinta soma R$ 1,3 bilhão. Somente na sexta-feira (2), suas ações recuaram 5%.

A segunda maior perda de valor, de R$ 946 milhões, foi da Usiminas, que viu as ações caírem 3,9% no último pregão da semana. A Gerdau, que tem operações nos EUA, foi menos impactada. Embora suas ações tenham caído 1,46% na sexta, a empresa teve, na verdade, ganho de valor de mercado de R$ 406 milhões desde quinta-feira.

Barbara Mattos, vice-presidente sênior da agência de classificação de risco Moody's, disse em comunicado que o impacto da tarifa é administrável e deve variar entre os produtores brasileiros.

"Cerca de 30% das exportações de aço do Brasil têm como destino os EUA, mas a maior parte deste total é composta por produtos semiacabados. As exportações de aço plano e de aço longo não representam mais do que 22% dos volumes totais", afirmou.

Ela observou, porém, que um maior protecionismo por parte dos Estados Unidos pode fazer com que exportadores de outros países busquem mercados alternativos, intensificando a concorrência no mercado brasileiro de aço e aumentando a pressão sobre preços e margens.

Em sua conta no Twitter, Trump disse na última sexta (2) que guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar. As declarações do presidente americano deflagraram uma onda de descontentamento de países e entidades ao redor do mundo.

O governo brasileiro já recorreu ao Departamento de Comércio dos EUA na tentativa de evitar que o aço e o alumínio exportados para lá sejam sobretaxados. Se a estratégia não der resultado, o Brasil vai sozinho à OMC (Organização Mundial do Comércio).

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