Treze anos após os ataques de 11 de Setembro, a ameaça terrorista aos Estados Unidos é hoje "mais complexa" e descentralizada do que em 2001. A afirmação foi feita hoje pelo secretário de Segurança Interna do país, Jeh Johnson, em Nova York.

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"O perigo está evoluindo, mas hoje é de um tipo diferente, com outras características. Não é mais a Al Qaeda de 2001, é uma ameaça mais descentralizada e mais complexa", disse Johnson, citando a milícia radical Estado Islâmico (EI), mas também os braços da Al Qaeda na Península Arábica, no Magreb [noroeste da África] islâmico, o Al Shabab na Somália e a Frente al-Nusra na Síria.

Horas antes do discurso no qual o presidente Barack Obama deveria anunciar a ordem para que sejam realizados ataques aéreos contra o EI em território sírio, Johnson classificou a facção como a organização terrorista mais "proeminente" no cenário mundial hoje.

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"O EI é uma organização extremamente perigosa, que tem as características tanto de uma organização terrorista quanto de um exército insurgente", disse, durante palestra na sede do Council on Foreign Relations.

"Apesar de não termos conhecimento de qualquer plano de ataque do EI ao território dos EUA, sabemos que o ele está preparado para matar americanos inocentes que encontrarem pelo fato de eles serem americanos."

Para o secretário, a "única coisa responsável" a se fazer agora é combater os rebeldes do EI antes que eles se tornem ainda mais perigosos.

Johnson destacou o trabalho que vem sendo feito por seu departamento para proteger os EUA de ataques em seu território. Entre as ações mais recentes, estão o endurecimento na fiscalização em aeroportos no exterior para voos com destino ao país e o monitoramento de americanos que podem se juntar aos rebeldes na Síria ou no Iraque.

"Se eles podem recrutar mais rápido do que conseguimos tirar alguém do campo de batalha, estamos perdendo a guerra", disse o secretário, destacando que há a preocupação de desmitificar as pretensões do EI - cujo objetivo é criar um regime islâmico em territórios atualmente pertencentes ao Iraque e à Síria - entre os muçulmanos.

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"Nós e outros na Otan [aliança militar ocidental] e amigos na região estamos numa posição de mobilizar a opinião pública internacional, incluindo o mundo muçulmano, sobre os perigos do EI", afirmou Johnson. "É uma organização também perigosa ao mundo muçulmano, e acho que estamos conseguindo mostrar isso."

Questionado sobre os riscos do terrorismo interno, Johnson se disse "preocupado" com a facilidade de acesso a materiais e explosivos que podem ser usados para fabricar bombas caseiras, como a usada no último ano durante o atentado na maratona de Boston.

"Não é que tenhamos que proibir a venda de panelas de pressão, mas temos que sensibilizar os vendedores para comportamentos suspeitos por quem compra esse tipo de objeto."