A Nicarágua tornou-se o último país centro-americano a concluir a limpeza de minas terrestres em seu território, anunciaram funcionários do governo nesta terça-feira Com isso, a América Central torna-se uma região livre desse tipo de armamento.
A Nicarágua removeu e destruiu a última mina terrestre depositada em seu território em 13 de abril, informou o Ministério da Defesa do país centro-americano.
O anúncio, feito em carta assinada pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi apresentado nesta terça-feira (22) durante uma reunião dos signatários da Convenção de Ottawa, um acordo assinado em 1997 por meio do qual seus participantes comprometem-se a livrar seu território das minas terrestres.
A maior parte das minas terrestres existentes na Nicarágua até este ano foi depositada durante a guerra civil encerrada em 1989, de acordo com o escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, encarregado de supervisionar o tratado
A Nicarágua precisou de 21 anos para livrar-se das minas terrestres porque teve de angariar fundos, obter equipamentos adequados e localizar grande parte das minas, disse o coronel Spiro Bassi, comandante dos corpos de engenheiros do exército nicaraguense.
"Não havia registro de todas essas minas", disse ele à Associated Press. A maior parte das minas havia sido depositada em áreas montanhosas, de difícil acesso, prosseguiu o coronel. Segundo ele, a localização das minas armadas por grupos rebeldes foi especialmente difícil.
A limpeza das minas custou US$ 82,2 milhões, informou Bassi. A maior parte do dinheiro saiu dos cofres da Organização dos Estados Americanos (OEA), concluiu.