Os países latino-americanos e caribenhos se preparam na quinta-feira para aprovar o Panamá como candidato de consenso ao Conselho de Segurança, superando assim o impasse entre Venezuela e Guatemala.
Os dois países decidiram na quarta-feira retirar suas candidaturas, após 47 turnos de votações inconcludentes.
A decisão final do bloco latino-americano ainda depende de alguns dos 35 embaixadores receberem a aprovação das suas capitais, o que deve acontecer ainda na quinta-feira ou na sexta. A Assembléia Geral, com 192 países, deve então eleger o Panamá na terça-feira.
Os EUA fizeram campanha ostensiva pela Guatemala, contra o governo esquerdista da Venezuela. Comentando a escolha do Panamá, o embaixador norte-americano da ONU, John Bolton, disse que ``a derrota da Venezuela certamente cumpre o nosso principal objetivo''.
Analistas dizem que a Venezuela perdeu muitos votos devido a um discurso na Assembléia Geral em que Chávez chamou o norte-americano George W. Bush de ``diabo''.
Bolton disse que muitos países viram no discurso um sinal de como a Venezuela ``se comportaria no Conselho''. ``Foi um 'podocídio' -- dar um tiro no pé'', acrescentou Bolton, aparentemente cunhando um neologismo.
O chanceler da Guatemala, Gert Rosenthal, disse que o Panamá foi escolhido porque ``une (geograficamente) América do Sul e América Central''. Ele afirmou que seu país voltará a tentar a vaga em 2011, se não houver outra candidatura da região.
O Conselho de Segurança tem 15 membros, sendo cinco permanentes com direito a veto (EUA, França, Rússia, China e Grã-Bretanha) e dez temporários, com mandatos de dois anos, obedecendo a rodízios regionais.
A vaga em disputa atualmente está ocupada pela Argentina. O outro representante latino-americano é o Peru, até o fim de 2007.
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