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Insegurança

América Latina ultrapassa a África como região com mais homicídios no mundo, diz ONU

A América Latina substituiu a África como a região com a maior quantidade de assassinatos do mundo, sobretudo pela violência fora de controle em países como Honduras, Venezuela ou El Salvador, mostrou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira. O Brasil está no segundo grupo de países mais violentos, juntamente com México, Nigéria e Congo, com 25 homicídios para cada 100 mil habitantes. Taxas acima de 20 assassinatos para cada 100 mil habitantes são consideradas graves. De acordo com o relatório, foram registrados no país 50.108 homicídios em 2012, o equivalente a pouco mais de 10 por cento dos assassinatos cometidos em todo o mundo, que foram 437.000. As taxas de homicídio caíram nos Estados do Rio de Janeiro (29 por cento) e São Paulo (11 por cento), mas cresceram no Norte e Nordeste do país, principalmente na Paraíba, com um aumento de 150 por cento, e na Bahia, com avanço de 75 por cento nos últimos dois anos. Honduras é o país mais violento do planeta, com uma taxa de 90,4 homicídios intencionais para cada 100.000 habitantes, disse o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) com base em dados de 2012. A Venezuela vem a seguir com 53,7 homicídios intencionais. Belize ficou em terceiro com 44,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes e El Salvador em quarto, com 41,2. Em um relatório prévio do organismo, Honduras já liderava as taxas de homicídios intencionais no mundo, seguido de El Salvador e Venezuela. O estudo da ONU atribuiu o índice elevado de assassinatos na América Latina ao crime organizado e a décadas de violência política. Um funcionário do escritório apontou ainda que a impunidade generalizada incentiva este tipo de crime, que tem as taxas de condenação mais baixas. Somente em 24 de cada 100 homicídios se consegue uma sentença condenatória, afirmou. "O fato de não haver um sistema de justiça que possa levar casos aos tribunais e a sentenças atua como uma ausência de obstáculo ao crime", disse o representante do UNODC no México, Antonio Mazzitelli, à Reuters. Cerca de 36 por cento dos 437.000 assassinatos perpetrados no mundo em 2012 ocorreram nas Américas, principalmente Central e do Sul. A maioria, cerca de 66 por cento, foi cometida com armas de fogo. Os cartéis de droga mexicanos causaram estragos na América Central, elevando a violência a níveis nunca vistos em Honduras, El Salvador e Guatemala, países que utilizam como rotas e base para o armazenamento das drogas destinadas ao mercado dos Estados Unidos. Entretanto, Mazzitelli disse que grande parte dos homicídios em países como a Venezuela tem relação com a delinquência comum, na qual esporadicamente incidentes como o roubo a mão armada terminam em assassinato. Na lista de países com as maiores taxas de homicídios intencionais aparece também a Guatemala, com 39,9 por cada 100 mil habitantes, a África do Sul, com 31, a Colômbia, com 30,8, o Gabão, com 28, e o México, com 21,5. O Iraque, que está emergindo de um conflito armado sangrento, tem uma taxa de assassinatos de 8 por cada 100 mil habitantes. A África foi a segunda região com maior número de homicídios intencionais, com cerca de 31 por cento do total. A Ásia teve aproximados 28 por cento, a Europa, em torno de 5 por cento, e a Oceania, cerca de 0,3 por cento. Os países árabes e asiáticos, incluindo a China, aparecem sem dados no relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

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