A American Airlines disse que seu sistema foi restaurado após sofrer com interrupções intermitentes e ter saído do ar por várias horas nesta terça-feira (16). A companhia aérea alertou, no entanto, que atrasos e cancelamentos de voos são esperados até o fim do dia. A AMR Corp, controladora da American, disse em comunicado não ver relação entre os problemas técnicos e os eventos que ocorreram em Boston.
A American Airlines suspendeu nesta terça-feira à tarde todos os seus voos após um problema no sistema de reservas por computador, chamado Sabre, que afetou todo o território dos Estados Unidos. A companhia aérea determinou que suas aeronaves com voos até 18h (horário de Brasília) permanecessem em solo até que o problema fosse resolvido. A AA confirmou que os nove voos previstos para a noite desta terça-feira estão garantidos.
Com isso, milhares de passageiros da American Airlines ficaram no chão nesta terça-feira. As chegadas, no entanto, não foram afetadas. O sistema eletrônico é responsável por uma série de funções ligadas aos voos. Uma pane significa que os funcionários não poderão, por exemplo, emitir cartões de embarque. A empresa Sabre, no entanto, disse que o problema não veio de seus sistemas. Outras companhias aéreas americanas, como Southwest e JetBlue, usam Sabre e não tiveram nenhum "apagão", afirmou Nancy Saint-Pierre, porta-voz da empresa.
No site da Infraero, o voo da American de número 00967, partindo de Nova York com destino a São Paulo, que deveria chegar 21h55m, aparece como cancelado. Até as 18h desta terça-feira, os voos do dia 17 da companhia para Rio, São e Brasília estavam previstos, de acordo com a Infraero.
Segundo a rede de notícias CNN, a American Airlines estima transportar 275 mil passageiros por dia e receber mais de 239 mil pedidos diários de reservas. São mais de 3,5 mil voos por dia realizados em todo o mundo.
No Aeroporto Internacional de Dallas, milhares de passageiros esperavam por voos, alguns deles, já cancelados. Alguns passageiros disseram que ficaram presos em aeronaves que não tiveram autorização de voo, noticiou o "New York Times". Os clientes estão usando as redes sociais para fazer queixas contra a companhia.
Em mensagem publicada em seu site, a companhia diz que reembolsará passageiros e não cobrará por alterações nas reservas dos passageiros que não tiverem planos de viagem "flexíveis". Em nota, a empresa pediu desculpas aos clientes pelo "inconveniente", e detalhou as medidas que devem ser tomadas pelos passageiros.
"Se o passageiro deve viajar hoje e já está no aeroporto, pode remarcar seu voo em outra companhia aérea, procurando um agente da American Airlines ou se dirigindo ao balcão da outra empresa com seu número de bilhete eletrônico. Se o passageiro deve viajar hoje e ainda não está no aeroporto, pode remarcar seu bilhete por meio da central de reservas da American Airlines ou de outra companhia aérea, e será reembolsado integralmente caso haja diferença tarifária. Se um passageiro escolher não viajar hoje, não haverá custo para alterações na reserva ou o reembolso total será fornecido. É importante notar que não existe nenhuma evidência de que essa paralisação técnica de hoje esteja relacionada com os trágicos acontecimentos em Boston. Vamos continuar a fornecer mais informações ao longo do dia à medida que progredirmos na resolução desta questão", diz a nota.
Outras companhias aéreas já sofreram apagões em seus sistemas. No ano passado, uma série de incidentes com os computadores da United Continetal deixaram passageiros parados em vários aeroportos do país.
Mais cedo, o "Wall Street Journal" disse que reguladores federais haviam suspendido os voos da empresa após uma falha. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA não estava imediatamente disponível para comentários.
A falha no sistema da American Airlines ocorre em meio aos planos da empresa por uma fusão com a rival US Airways para formar a maior empresa aérea do mundo.
