Americanos consideram a Casa Branca de Trump a instituição governamental mais corrupta

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Quase metade dos americanos acreditam que a corrupção está infiltrada na Casa Branca no governo Trump, um aumento drástico desde o ano passado, de acordo com uma nova pesquisa. Os americanos agora veem Trump e seus principais funcionários como as figuras mais corruptas no governo, apesar da sua promessa de campanha de limpar a sujeira da política. 

Um novo relatório publicado na última terça-feira (12), feito pela Transparência Internacional, a principal ONG de pesquisa em corrupção no mundo, mostra que os americanos perderam a confiança de que o governo seria capaz de combater a corrupção, em comparação com o ano passado. De modo geral, as instituições governamentais de Washington são vistas pelos americanos como mais corruptas do que as que estão fora do Beltway, de acordo com o levantamento. Mas a Casa Branca de Trump está no topo da lista. 

De acordo com o relatório “Barômetro da Corrupção 2017”, publicado pelo grupo, 44% dos entrevistados disse que todos ou a maioria dos funcionários do escritório do presidente são corruptos, um aumento em relação aos 38% registrados no final do segundo mandato de Obama. 

“O atual presidente dos EUA foi eleito com uma promessa de limpar a política americana e fazer o governo funcionar melhor para quem acreditava que os seus interesses estavam sendo negligenciados pelas elites políticas”, diz o relatório. “Ainda assim, em vez de se sentirem bem com o progresso no combate à corrupção no último ano nos EUA, a grande maioria do povo americano agora diz que as coisas pioraram.” 

Entre as nove categorias da pesquisa, os membros do Congresso são vistos como o segundo grupo mais corrupto de membros do governo, com 38% dos americanos considerando todos ou a maioria deles corruptos. Depois disso, os americanos consideram a corrupção como infiltrada entre funcionários do governo fora da Casa Branca, executivos de empresas, funcionários públicos locais e líderes empresariais, em proporções decrescentes. Apenas 16% dos entrevistados consideraram os juízes e magistrados como todos ou quase todos corruptos, de acordo com a pesquisa. 

Enquanto isso, 69% dos entrevistados disseram que o governo dos EUA está combatendo a corrupção de modo “relativamente ruim” ou “muito ruim”, um aumento em relação aos 51% registrados em 2016. Mais da metade dos entrevistados disseram que as pessoas não denunciam corrupção por medo de retaliação. 

A Transparência Internacional define a corrupção como “o abuso de poder para ganhos pessoais”. As questões principais dessa definição incluem a influência de pessoas ricas no governo, política de troca de favores, trocas entre o governo e entidades corporativas e o abuso dos sistemas financeiros pelas elites. 

A percepção de Trump e seus principais funcionários como corruptos é fácil de entender. Trump e sua família têm uma série de conflitos de interesse documentados que eles lidaram de modo obtuso. Ao mesmo tempo, o fracasso de Trump em se distanciar totalmente dos seus negócios, juntamente com a sua negativa em tornar pública a sua declaração de impostos, alimentou suspeitas. 

A entrevista por telefone, feita pela empresa Efficience3, foi feita com 1.005 americanos selecionados aleatoriamente em outubro e novembro. Os dados foram ponderados para serem uma representação demográfica de todos os adultos americanos por idade, raça, gênero, urbanização, nível social e etnia. 

Zoe Reiter, representante da Transparência Internacional nos EUA, disse que o estudo pretendeu criar uma base para entender como o governo está falhando em manter os seus parâmetros anticorrupção e oferecer um apelo para que os americanos respondam a isso. Ela destacou que 74% dos entrevistados disseram acreditar que pessoas comuns ainda podem fazer a diferença. 

“A boa notícia é que a maioria dos americanos se sente empoderada para combater a corrupção”, disse. “Já que os nossos governantes eleitos estão falhando, precisamos encontrar um jeito de pressioná-los muito mais para levarem esses problemas a sério.” 

As recomendações do relatório incluem mais transparência nos gastos públicos e em negociações com empresas, mais poder para o Escritório de Ética Governamental, maior proteção para delatores e maior acesso do público para informações do governo. 

O fato de que Trump teve sucesso nas eleições de 2016 com uma plataforma de campanha sobre anticorrupção mostra que os americanos têm um cuidado intenso com essa questão, segundo Reiter, apesar do fato de que muitos americanos não consideram que Trump está cumprindo as suas promessas depois de um ano de mandato. 

“Acredito que isso pode ser visto como um alerta para os governantes eleitos de que os americanos estão cansados das suas promessas de limpar o governo”, disse.