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Vigilância

Americanos espionaram 35 líderes mundiais

Líderes durante reunião da União Europeia: espionagem dominou discussões e gerou protestos dos países monitorados | François Lenoir/Reuters
Líderes durante reunião da União Europeia: espionagem dominou discussões e gerou protestos dos países monitorados (Foto: François Lenoir/Reuters)
Kerry: EUA trabalham para encontrar equilíbrio |

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Kerry: EUA trabalham para encontrar equilíbrio

Depois que presidentes e ex-presidentes descobriram terem sido pessoalmente espionados pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, em inglês), novos documentos revelados pelo jornal britânico The Guardian mostram que, no total, 35 líderes mundiais foram alvo de espionagem.

Um memorando confidencial revela que a agência incentiva altos funcionários a partilharem informações de seus clientes (Casa Branca e Pentágono entre eles) para adicionar o número de telefone de líderes políticos estrangeiros a seus sistemas de vigilância.

Segundo o documento, um funcionário não identificado entregou mais de 200 números, incluindo o de 35 líderes mundiais – nenhum deles nomeado no relatório. O memorando, de outubro de 2006, foi obtido pelo jornal através do ex-técnico da CIA Edward Snowden e sugere que a vigilância não era um caso isolado: a agência monitora rotineiramente os telefones de líderes mundiais, até mesmo com a ajuda de outras autoridades americanas.

O assunto espionagem dominou as discussões durante a reunião de líderes da União Europeia, realizada ontem em Bruxelas. Falando a jornalistas antes de seguir para o evento, a chanceler alemã Angela Merkel disse que é "completamente inaceitável" que os Estados Unidos espionem seus "amigos".

"A espionagem entre amigos é completamente inaceitável", disse Merkel aos repórteres em breve comunicado, ao chegar ao local da cúpula. "Precisamos de confiança entre aliados e parceiros e esta confiança precisa ser reconstruída", acrescentou. Foram os primeiros comentários públicos a respeito das acusações de que agências de inteligência norte-americanas grampearam o telefone da chanceler.

Itália

Na mesma linha, o primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, classificou como "inconcebível e inaceitável" o suposto monitoramento de telecomunicações italianas pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Ele fez a declaração depois que o semanário italiano L’Espresso noticiou que os dois países têm monitorado redes italianas de telecomunicações, tendo como alvo o governo, empresas e grupos terroristas suspeitos.

"É inconcebível e inaceitável que haja atos de espionagem desse tipo", disse Letta a repórteres. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, informou ao premiê que os EUA trabalham para "encontrar um equilíbrio adequado entre a proteção da segurança e da privacidade de nossos cidadãos" e que as consultas a parceiros como a Itália continuariam.

Suspensão - Parlamento Europeu vota contra compartilhamento de dados com os EUA

Agência Estado

O Parlamento Europeu votou ontem pela suspensão de um programa de compartilhamento de informações sobre "terrorismo" e de dados financeiros com os Estados Unidos. A decisão foi motivada pelas alegações de que os norte-americanos teriam espionado cidadãos europeus aleatoriamente. O texto suspende o Programa de Rastreamento de Finanças Destinadas ao Terrorismo, conhecido pelas inicias TFTP, em resposta às suspeitas de que os EUA teriam coletado dados bancários de cidadãos da UE armazenados pela empresa belga Swift. O programa permite aos EUA acesso a dados financeiros de correntistas sob suspeita de "terrorismo", mas os documentos vazados por Snowden sugerem que os norte-americanos monitoraram informações sem nenhuma relação com "terrorismo".

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