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Ataque em universidade dos EUA mata pelo menos 33 pessoas

Polícia ainda não sabe o que motivou o atentado na Universidade Técnica de Virgínia.

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O massacre de 32 pessoas na universidade Virginia Tech reabriu o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos, embora os políticos tenham mostrado pouca vontade de endurecer as leis.

Hoje, em seu discurso radiofônico dos sábados, o presidente George W. Bush afirmou que pediu uma revisão do caso para determinar fórmulas para evitar que esses episódios se repitam, incluindo avaliações de indivíduos com perturbações mentais, mas não mencionou em nenhum momento uma possível reforma na lei sobre armas.

Em plena pré-campanha eleitoral, os candidatos à Presidência em 2008 se mostraram muito cautelosos em seus comentários sobre o massacre de segunda-feira.

Apesar de todos eles terem emitido comunicados condenando o ataque - o pior incidente com armas de fogo causado por uma só pessoa na história dos EUA -, evitaram cuidadosamente se pronunciar sobre a conveniência de reformar ou não as leis sobre posse de armas.

Em um país onde o porte de armas está consagrado na Constituição e firmemente ancorado na mentalidade do povo, falar em reformular a lei pode se transformar em uma bomba-relógio para o político que a propuser.

De fato, os democratas atribuem em parte a derrota sofrida por seu candidato, Al Gore, nas eleições de 2000 ao fato de que, enquanto vice-presidente, ele deu o voto de desempate no Senado em 1999 a favor de um projeto de lei que restringia a disponibilidade de certas armas.

O projeto de lei acabou não sendo aprovado, mas durante a campanha eleitoral de 2000 Gore, muito criticado pelo poderoso grupo de pressão Associação Nacional do Rifle (NRA), foi retratado como defensor do controle de armas.

Isso aparentemente tirou votos de Gore em estados-chave do sul e do meio-oeste, onde o apoio às armas é muito difundido.

Uma pesquisa divulgada esta semana pelo instituto Zogby indica que 59% dos americanos acham que impor controles mais severos às armas não ajudaria a impedir tragédias como a da Virginia Tech, contra apenas 16% que opinam que sim.

Cerca de 57% afirmam que não apoiariam uma tentativa do Legislativo em endurecer o controle de armamento, contra apenas 35% que estariam de acordo.

Por isso, até os maiores defensores do endurecimento das leis se mostram pessimistas sobre as possibilidades de sucesso da medida.

"Será algo muito difícil de aprovar", admitiu a congressista democrata Carolyn McCarthy, provavelmente a legisladora que mais apóia uma reforma do sistema depois que um tiroteio em um trem matou seu marido e feriu gravemente seu filho em 1993.

Os democratas são, em geral, mais partidários de um endurecimento das normas sobre armas de fogo e atualmente controlam o Congresso, o que não acontecia há alguns anos. Mas muitos de seus legisladores vêm de estados rurais, onde o apoio às armas é muito grande.

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, afirmou que "não há nenhuma pressa" em promover a reforma. A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse que poderia estudá-la, mas só se houver garantias de que o projeto de lei seria aprovado em plenário.

No Partido Republicano, que tradicionalmente recebe grandes contribuições da NRA, o interesse por endurecer as leis é ainda menor.

O próprio Bush afirmou que "não é o momento" de começar a debater o tema.

O candidato republicano à Presidência, Rudy Giuliani, que quando era prefeito de Nova York se pronunciou a favor de proibir as armas de assalto, deixou claro que a tragédia da Virginia Tech "não altera a 2ª emenda da Constituição", a que consagra o direito a possuir armas.

Mas, segundo os analistas, tudo poderia mudar se os familiares das vítimas do massacre na Virgínia se unissem para reivindicar medidas mais duras.

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