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Novas pesquisas sobre o impacto da catástrofe do Katrina sobre a aprovação do presidente George W. Bush estão revelando mais que uma rejeição recorde à performance do governo. A avaliação da resposta das autoridades à tragédia está se mostrando claramente dividida entre negos e brancos, um eco da questão racial que se ouviu nos dias imediatamente posteriores à tragédia e se torna cada vez mais incômodo. Na segunda-feira, Bush se viu obrigado a tocar diretamente no assunto, durante sua primeira visita às ruas devastadas de Nova Orleans. Negou que a demora na resposta do governo à tragédia tenha qualquer relação com a raça dos moradores: na cidade, negros, em sua maioria. A aprovação popular geral do presidente está próxima de 38%.

Uma pesquisa encomendada pelo jornal "The Washington Post" e pela rede de TV ABC mostrou que "uma clara maioria dos americanos desaprova a maneira que as autoridades em todos os níveis de governo lidaram com a recuperação do Katrina", relata o jornal. Cinqüenta e quatro por cento desaprovam a resposta de Bush, mas 57% dizem que autoridades estaduais e municipais - de onde saíram críticas duras à atuação federal - deveriam assumir sua parcela de responsabilidade.

A pesquisa, porém, mostrou ainda mais claramente que "a atitude sobre a resposta de Bush e a resposta geral do governo está claramente fraturada em linhas raciais". Setenta e cinco por cento dos brancos disseram duvidar que o governo teria socorrido mais rapidamente as áreas afetadas se a população não fosse pobre e negra. Setenta e cinco por cento dos negros pensam exatamente o contrário: o socorro teria sido mais rápido se os afetados fossem brancos ricos. Além disso, de cada dez negros, seis disseram que a crise é um sinal da desigualdade social persistente no país - o que sete em cada dez brancos nega. A pesquisa, com 1.201 pessoas, foi realizada de 8 a 11 de setembro. A margem de erro é de três pontos.

Numa outra sondagem, feita pelo instituto Gallup para a rede de TV CNN e o jornal "US Today", seis de cada dez entrevistados negros disseram que "o governo federal foi lento no resgate dos isolados em Nova Orleans depois do Katrina, porque muitas das pessoas na cidade da Louisiana eram negras". Apenas um em cada oito entrevistados brancos disse o mesmo.

Sobre a relação entre a pobreza e o socorro, os números foram semelhantes: 63% dos negros atribuíram a lentidão também à pobreza, enquanto apenas 21% dos brancos o fizeram. A pesquisa da CNN foi realizada de 8 a 11 de setembro, e a margem de erro é de seis pontos. Foram entrevistados 848 brandos e 262 negros.

Numa segunda pesquisa CNN/USA Today/Gallup, 54% dos entrevistados disseram desaprovar o desempenho de Bush na crise; 43% aprovaram. Setenta por cento disseram-se a favor de uma investigação independente da resposta do governo à crise.

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