Chicago (EFE) A maioria dos norte-americanos é contrária ao uso da força militar para promover a democracia no Iraque, e considera que a derrocada do sistema autoritário no país árabe não apresentava justificativas suficientes para uma guerra. Estas são as conclusões mais importantes tiradas de uma pesquisa publicada ontem pelo Conselho de Relações Exteriores de Chicago e pelo grupo de pesquisa chamado Programa para Atitudes em Política Internacional (Pipa, por sua sigla em inglês).
De acordo com a pesquisa, apenas 35% dos entrevistados apóiam o uso da força para derrubar ditadores, e menos de um em cada cinco diz que respaldaria os EUA caso o país ameaçasse recorrer à força para que outras nações fizessem reformas democráticas necessárias.
No caso do Iraque, o esforço para instituir a democracia no país está gerando "pouco entusiasmo", segundo um comunicado do Pipa. Ainda segundo a pesquisa, 74% dos entrevistados (60% deles republicanos) asseguram que o objetivo de eliminar o governo de Saddam e estabelecer uma democracia no país árabe não foi razão suficiente para justificar o conflito na região.
Para 72%, a experiência iraquiana os torna mais céticos sobre a possibilidade de recorrer à força para estabelecer uma democracia no futuro, e 64% dos pesquisados estariam dispostos a aceitar uma constituição iraquiana que não cumprisse estritamente todos os padrões democráticos.
Segundo o diretor do grupo que elaborou a enquete, Steven Kull, os norte-americanos parecem não estar convencidos do argumento do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que "a promoção da democracia é um meio vital para combater o terrorismo".
Apenas 26% dos entrevistados acreditam que com mais democracias o mundo seria mais seguro. A maioria está a favor de que a promoção da democracia se faça por meio de métodos diplomáticos e de cooperação.
A pesquisa, realizada pela companhia Knowledge Networks entre os últimos dias 15 e 21, entrevistou 808 adultos de todo o país, e possui margem de erro de 3,5% a 4%.
A pesquisa enfraquece os argumentos do presidente George W. Bush, para quem, apesar de não terem sido encontradas armas de destruição em massa, a guerra no Iraque se jusfitica pela implantação da democracia no país árabe. Bush segue defendedo que é necessário prevenir qualquer ameaça às democracias ocidentais. A substituição de governos totalitários por líderes eleitos seria o primeiro passo para isso.
No entanto, ele entra em contradição ao dizer que os Estados Unidos estão levando liberdade para o Iraque, pela forma como o regime supostamente democrático vem sendo implantado, através da força. A pesquisa do Pipa deixou clara que essa estratégia não convenceu os norte-americanos.
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