Autoridades dos Estados Unidos se reuniram com representantes de Muamar Kadafi para pressionar pela renúncia do líder líbio, disse um porta-voz do Departamento de Estado na terça-feira.

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O raro encontro entre diplomatas norte-americanos e enviados de Kadafi ocorreu no sábado, tendo como objetivo "transmitir uma mensagem clara e firme de que única forma de avançar é que Kadafi renuncie", disse essa fonte.

"Não foi uma negociação. Foi entregar uma mensagem", afirmou esse funcionário em nota divulgada na Índia, onde a secretária Hillary Clinton faz uma visita oficial.

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A reunião envolveu o secretário-assistente de Estado Jeff Feltman e dois outros funcionários norte-americanos, segundo uma fonte de alto escalão dos EUA, que não quis revelar quem representou Kadafi nem onde o encontro ocorreu - só esclareceu que não foi na Líbia.

Na sexta-feira, os EUA reconheceram o Conselho Nacional Transitório, organização mantida pelos rebeldes líbios na cidade de Benghazi, como legítimo governo da Líbia. A decisão pode permitir a liberação de bilhões de dólares congelados por sanções ao regime de Kadafi.

Kadafi enfrenta uma rebelião há cinco meses, e desde março suas forças sofrem também bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Fontes oficiais dos EUA e da Europa dizem que membros do regime líbio têm enviado cada vez mais sinais de que estariam dispostos a buscar uma solução negociada para o conflito.

Na semana passada, uma reunião em Istambul de vários países que participam do chamado "grupo de contato" para a Líbia decidiu que eventuais negociações devem ser organizadas por Kadafi, e que é essencial que elas levem à saída de Kadafi do poder.

A fonte oficial dos EUA disse que a iniciativa da reunião de sábado partiu de membros do regime, após repetidos contatos telefônicos ao longo de várias semanas, nos quais os líbios teriam tido "a sensação incorreta de que (...) os EUA poderiam ver um futuro para Kadafi na Líbia".

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Washington então decidiu realizar a reunião depois de consultar os rebeldes e outros países que participam da aliança contra Kadafi.

"Decidimos (...) transmitir a eles reservadamente uma mensagem que é idêntica àquela que temos dito publicamente, que é a de que Kadafi precisa sair para que haja um processo político que leve a uma Líbia democrática", afirmou o porta-voz.