Nações islâmicas e ocidentais devem exigir nesta sexta-feira (24), durante reunião em Túnis, que as forças sírias adotem um cessar-fogo imediato para permitir a chegada de suprimentos emergenciais a cidades bombardeadas, como Homs. Ampliando a pressão sobre o presidente Bashar al-Assad, investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) acusaram seu aparato de segurança de cometer crimes contra a humanidade durante a repressão aos 11 meses de rebelião popular contra o governo. A reunião do grupo de "Amigos da Síria" deve solicitar que as forças de Assad suspendam os ataques para permitir o acesso de entidades humanitárias estrangeiras. O texto também "reconhece o Conselho Nacional Sírio como representante legítimo dos sírios em busca de uma mudança democrática pacífica". Cerca de 70 países devem participar da reunião na Tunísia - incluindo Estados Unidos, Turquia e diversas nações árabes e europeias. A Rússia e a China, que recentemente vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, não deverão comparecer. O Conselho Nacional Sírio é aliado do Exército Sírio Livre (ESL), composto principalmente por militares desertores. Ativistas na cidade de Hama disseram que as forças do governo em uma aldeia próxima enfileiraram e mataram nesta quinta-feira (23) 13 homens e meninos de uma mesma família, cujo sobrenome é igual ao do comandante do ESL, Riad al-Asaad. Não ficou claro se os mortos eram parentes de Asaad, que é originário de outra região e está instalado atualmente na Turquia.

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Ativistas disseram também que três pessoas morreram por causa de bombardeios na aldeia de Soubin, perto de Hama. Os corpos de cinco trabalhadores sírios desaparecidos na terça-feira (21) após entrarem no país vindos do Líbano rumo a Hama foram encontrados, segundo essas fontes. Duas pessoas foram mortas em um posto de controle dentro da cidade. Investigadores da ONU disseram que as forças sírias mataram mulheres e crianças desarmadas, bombardearam áreas residenciais e torturaram manifestantes feridos em um hospital, cumprindo ordens dos "mais altos escalões" do Exército e do governo. Em seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, os investigadores pediram que os autores desses crimes contra a humanidade sejam processados e disseram que uma lista de autoridades e comandantes supostamente responsáveis foi preparada. A comissão afirmou que os rebeldes do ESL também cometeram abusos, "embora não em escala comparável". As autoridades sírias não comentaram o relatório, mas rejeitaram como "totalmente falso" um relatório anterior da comissão, em novembro. Diplomatas ocidentais disseram que ainda não foi possível retirar os corpos de Marie Colvin, jornalista norte-americana que trabalhava para o jornal britânico Sunday Times, e do fotógrafo francês Remi Ochlik. Dois jornalistas feridos no mesmo ataque -o fotógrafo britânico Paul Conroy e a repórter francesa Edith Bouvier, juntamente ao fotógrafo francês William Daniels, que não ficou ferido- também aguardavam para deixar o local. Bouvier, em um vídeo postado no YouTube por ativistas, disse que precisava urgentemente de uma operação em uma perna quebrada e apelou por um cessar-fogo e transporte médico ao vizinho Líbano. O Ministério de Informação Sírio rejeitou as acusações de que a Síria foi responsável pelas mortes dos jornalistas, que "infiltraram no país por sua própria responsabilidade."

A agência estatal de notícias Sana informou que três membros das forças de segurança foram mortos e sete ficaram feridos por uma bomba deixada por "terroristas armados" perto da cidade de Idlib. A agência noticiou também os funerais de 16 membros das forças de segurança mortos por rebeldes. Assad convocou para domingo um referendo sobre uma nova Constituição, a ser seguido por uma eleição parlamentar multipartidária, no que ele diz ser uma resposta aos pedidos por reformas. O plano tem apoio de aliados como Rússia e China, mas potências ocidentais o minimizaram, e a oposição síria propôs um boicote.

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